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Revista Vírus, instrumento da luta de ideias

Na apresentação da revista Vírus, Fernando Rosas sublinhou a importância da nova existência da revista, agora também em papel, como um progresso da Vírus como instrumento da luta de ideias.
Na apresentação da revista Vírus, Fernando Rosas sublinhou a importância da nova existência da revista, como um progresso da Vírus como instrumento da luta de ideias

Neste sábado, dia 30 de junho, na livraria Palmeiras, Fernando Rosas apresentou o número 1 da segunda série da revista Vírus. Além do diretor a apresentação da nova série desta "revista política e de ideias" contou com a presença de Francisco Louçã e de alguns membros do conselho de redação.

Fernando Rosas sublinhou a importância da nova existência da revista, agora também em papel, como um progresso da Vírus como instrumento da luta de ideias. Começou por destacar a homenagem da revista a Miguel Portas com a publicação do seu artigo "A política ou a vida". E apresentou o tema do dossier "O que é esta direita que combatemos?": com artigos de Fernando Rosas ("Uma mudança de paradigma"), Hugo Dias ("Acumulação flexível e impactos no mundo do trabalho"), António Rodrigues ("Breve história da (des)construção do Serviço Nacional de Saúde), Bruno Góis ("O capitalismo autoritário e a crise das democracias europeias") e Carlos Carujo ("Neocolonialismo do senso comum").

Francisco Louçã teceu considerações sobre o pensar o mundo em cada tempo, recordando pensadores como Hegel, com o seu "Tudo o que é racional é real e tudo o que é real é racional", passando pelos pensadores do "impossível" século XX, referindo-se ao "o que é não pode ser verdade" de Ernst Bloch. Francisco Louçã ilustrou desta forma a ideia de que todos os tempos necessitam ser pensados e precisam dos seus pensadores. O coordenador do Bloco de Esquerda afirmou como chave deste projeto de relançamento da Vírus o seu conselho editorial composto por jovens com provas dadas na escrita e na reflexão à esquerda.

Fernando Rosas anunciou o número 2 desta revista semestral como estando num diálogo com o número agora lançado. Depois de um dossier sobre as mudanças na direita, a próxima Vírus terá como tema central "O socialismo: o nome e a coisa".

Do presente número consta, além do dossier, uma entrevista ao geógrafo marxista e teórico social David Harvey e uma apresentação sobre Daniel Bensaïd na secção "Pensar o socialismo hoje". Para o número dois estão a ser feitos contactos para uma entrevista a Alexis Tsipras, líder do SYRIZA, e na secção de teóricos, um artigo sobre Slavoj Žižek.

A secção das recensões foi valorizada por Fernando Rosas como tendo uma função crucial na batalha cultural que a revista também pretende travar. Destaque neste número para a recensão de Valter Hugo Mãe sobre o livro "A Dividadura" (Francisco Louçã e Mariana Mortágua, 2012), a que se juntam nesta secção “Ver, Ouvir e Falar” as recensões críticas dos livros "A Classe Média: Ascensão e Declínio" (Elísio Estanque, 2012), "As Palavras do Corpo", (Maria Teresa Horta, 2011), "al Face-Book" (Alberto Pimenta, 2012), "Jovens em transições precárias" (coletânea de textos de vários autores, 2011), "A Fábrica e a Rua" (Sónia Ferreira, 2010), "O Enigma do Capital e as Crises do Capitalismo" (David Harvey, 2011), "Verdes anos. História do ecologismo em Portugal" (Luís Humberto Teixeira, 2011) e "Salazar e as Eleições" (José Reis Santos, 2011).

A nível de cinema são feitas recensões dos filmes "Praxis" (Bruno Cabral, 2011) e "48" (Susana Sousa Dias, 2010) e uma entrevista de Bruno Cabral ao realizador de "Linha Vermelha" (2011) José Filipe costa. A crítica musical não é esquecida, com uma abordagem ao CD "Kelmti Horra" da cantora tunisina Emel Mathlouthi, uma das vozes das "revoluções árabes".

A secção de artigos “Vária” conta com os contributos de José Soeiro sobre os movimentos de indignados, Mariana Santos sobre o novo consenso europeu e Fabian Figueiredo sobre Jean-Luc Mélenchon e as presidenciais francesas. A revista termina com a secção “Acontece”, a cargo de Nádia Cantanhede, que apresenta eventos de relevo como a 13ª Marcha LGBT (23 de Junho, Lisboa), o Liberdade 2012 (São Pedro do Sul, 25 a 29 julho), o Socialismo 2012 (último fim de semana de agosto), o Marxism 2012 (Londres, 5 a 9 de julho), e a conferência “Oprime como um pesadelo” (Londres, 8-11 de Novembro).

A Vírus número 1 tem já apresentações agendadas para Porto e Coimbra, na próxima sexta-feira dia 6 de julho, em local e hora a anunciar.

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