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Casa para Viver: “Porto é uma cidade para servir ao investidor estrangeiro”

Patrícia Felício não tem dúvidas de que a crise da Habitação é transversal e defende que “todas as cidades devem sair à rua” no próximo dia 30 de setembro.
“Este já não é um problema de algumas partes da população, e tem vindo a degradar-se. Acredito, inclusive, que vai piorar”, apontou a ativista em declarações ao Esquerda.net.
Patrícia Felício explicou que o investimento que foi feito para a reabilitação do centro do Porto não beneficiou os seus moradores. “Esteticamente está muito bonito, mas, se entrares naquelas casas, percebes que as mesmas são ocupadas por um americano que veio viver para o Porto ou por alojamentos locais. As pessoas que lá viviam já não estão lá, foram expulsas pela especulação imobiliária e pela pressão turística”, frisou.
De acordo com a ativista, os próprios estudantes “também estão com grande dificuldade em arranjar quarto ou casa para partilhar com outros colegas”.
“E não há outra perspetiva para o Porto. A cidade está montada de acordo com os planos da Câmara Municipal do Porto, de Rui Moreira. É uma cidade para servir ao investidor estrangeiro”, continuou.
Patrícia deu conta do “descontentamento e tristeza” de quem foi expulso da cidade, ou até mesmo da área metropolitana do Porto, e de quem ainda consegue resistir mas perdeu os laços comunitários com o “esvaziamento dos bairros míticos”.
A ativista fez ainda referência à importância do espaço onde vivemos e das condições habitacionais, que “são determinantes para o nosso desenvolvimento individual”, especialmente no que concerne às crianças e jovens.
Neste contexto, Patrícia Felício apelou à participação na manifestação Casa para Viver do próximo dia 30 de setembro, para que, nomeadamente, possamos exigir medidas que, efetivamente, respondam à crise da habitação, como tectos máximos ao preço do arrendamento, que “tenham em conta aqueles que são os rendimentos das famílias portuguesas”.
Comentários
Fiscalização
No meu quateirão nem 10% dos apartamentos alugados a turistas estão registados no site do "Turismo de Lisboa". Só no meu prédio são 2/7. É claro que quando se confia a ficalização ao ladrão, ele não vai ver nenhum roubo. Mas quem se interessa: o Medina, o Moedas? Todos eles ambicionam se eleger para comandar o sistema em que vivemos, baseado no turismo e mão de obra importada sem qualificação.
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