Está aqui
Galiza e Portugal: Duas formas diferentes de olhar para o lobo-ibérico
Segundo o jornal O Minho, a GNR publicou um apelo nas redes sociais onde pede a proteção do lobo-ibérico, recorrendo à utilização de uma imagem com 300 pixels, o que representa o número de lobos que habitam em Portugal, todos no norte do país.
Fonte oficial do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto, que estuda o lobo-ibérico em Portugal, frisa que existem entre 30 e 40 lobos em toda a região do Minho, nomeadamente no Parque Nacional Peneda-Gerês. Os restantes encontram-se em Trás-os-Montes e Alto Douro, sendo que existem algumas alcateias a sul do rio Douro, mas em grave perigo de extinção.
Em Portugal é completamente proibido caçar o lobo-ibérico devido ao estatuto de espécie “em perigo”, mas no Estado espanhol isto não é assim. Na Galiza, em algumas exceções são autorizadas as caças a este animal. Portanto, ainda se caça o lobo nas serras galegas, mesmo que o governo central se oponha.
As caçadas acontecem sempre que se verifica perigo para o gado doméstico e quando aumenta a incidência do ataque do lobo em determinadas localidades.
As Comunidades Autónomas da Galiza, Astúrias, Cantábria e Castela e Leão, as regiões onde se sentiu um maior aumento do número de alcateias travaram uma proposta do Ministério de Transição Ecológica e Reto Demográfico para incluir o lobo-ibérico na lista de espécies selvagens em regime de proteção especial.
De acordo com o CIBIO, o lobo não representa perigo para o ser humano, mas pode-o representar para outras espécies. Um estudo desta entidade informa que 90% do alimento do lobo na região do Minho provém de animais domésticos que andam a pastar nas serras, na maioria das vezes em pastoreio autónomo, nomeadamente bovinos e equídeos.
Em Trás-os-Montes, o alimento é javali e corço, o que facilita a sobrevivência do lobo devido à abundância das duas espécies.
Em Portugal, o estatuto de conservação do lobo-ibérico é de “em perigo”, mas na Espanha é mais reduzido, sendo de espécie “quase ameaçada”. Em termos internacionais, o estatuto é de espécie “estritamente protegida”, de acordo com a Convenção de Berna.
Notícia publicada no Interior do Avesso.
Comentários
Desleixo do governo galego. Mais um.
É uma mágoa. Os lobos deviam estar protegidos nas duas beiras da raia. Que o governo galego permita isto é só compreensível conhecendo as complicadas redes do caciquismo tradicional na Galiza. Uns favorzinhos miúdos por aqui e outros algo mais importantes por ali e finalmente os paisanos votam no patrão outra vez, e outra vez, e outra vez. Já isso era desse jeito há cem anos e mesmo há dous centos... não vai mudar tão facilmente.
Adicionar novo comentário