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Global Media avança com o despedimento coletivo de 81 trabalhadores

A empresa, dona do Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF, vai dar início a um processo de despedimento coletivo que incluirá 17 jornalistas. Sindicato de Jornalistas já veio contestar despedimentos.
Fotografia de António Cotrim/Lusa.

 A Global Media, dona do Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF, entre outros, vai "iniciar um processo de despedimento coletivo que abrange 81 colaboradores, 17 dos quais jornalistas, em diferentes áreas", anunciou a empresa em comunicado interno.

A empresa entrou em lay-off no passado mês de abril, num processo que incluiu 538 trabalhadores, para defender a sua sustentabilidade e os "seus quase 700 postos de trabalho diretos”.

Terminado o processo, a Global Media enviou a 30 de outubro um comunicado interno no qual começa por dizer que "a evolução acentuadamente negativa do mercado dos media, agora mais evidente com a presente pandemia, precipitou os meios de comunicação social numa crise sem precedentes a que importa responder com fortes medidas de contenção”, explica a agência Lusa. 

Perante a "profunda quebra de receitas do setor, em particular na área da imprensa, impõe à Global Notícias, Media Group, SA uma opção difícil, mas inadiável: iniciar um processo de despedimento coletivo que abrange 81 colaboradores, 17 dos quais jornalistas, em diferentes áreas da empresa", lê-se no comunicado.

O Sindicato de Jornalistas já reagiu, afirmando que “os despedimentos e a degradação das condições de trabalho não devem, nem podem, ser a única solução das administrações para resolver as dificuldades económicas”.

“O SJ relembra que acompanha a situação das empresas que compõem o universo GMG (JN, DN, O Jogo e TSF e outras publicações) há anos e considera que o despedimento não pode ser a resposta para compensar perdas em vendas de jornais e publicidade ou investimentos falhados, no quadro de uma gestão irresponsável”, vincou o sindicato, reforçando que se mantém determinado “em defender os postos de trabalho e garantir a proteção dos direitos e interesses dos jornalistas”.

Segundo o sindicato, “as redações das várias publicações periódicas e da TSF já estão demasiado exauridas”, sendo que “um novo ‘emagrecimento’ forçado vai, necessariamente, implicar uma redução da informação produzida, com reflexos na qualidade dos conteúdos” alertou.

No comunicado, o Sindicato de Jornalistas lembra que, “durante a fase de informações e negociações que se segue ao anúncio do despedimento coletivo, que tem de ser oficializado por carta pela administração da empresa, os jornalistas e outros trabalhadores abrangidos têm direito a comparecer ao trabalho e a exigir que lhes sejam atribuídas tarefas”, e mostra-se “ao dispor dos seus associados” aconselhando-os “a recorrerem ao apoio jurídico”.

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