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Pacto para as Migrações insiste no repatriamento, não na solidariedade
“O pacto não traz nenhuma solução para os refugiados do campo de Moria ou de outros campos da Europa” e não reflete um reforço da “dimensão de solidariedade ou de resgate”, assinalou Marisa Matias em declarações para a TVI 24. Conforme sublinhou a eurodeputada e candidata presidencial, a União Europeia (UE) optou por “insistir no repatriamento e patrulhamento nas fronteiras, não na solidariedade”
Marisa Matias apontou ainda que os problemas das pessoas não são resolvidos com este pacto, o mecanismo de requisição de asilo não é melhorado e permanecerá profundamente injusto. Ao mesmo tempo, deixa de existir o sistema de quotas obrigatórias mas mantém-se a compensação financeira a quem receber refugiados, que está agora quantificada em 10 mil euros por cada pessoa acolhida.
Questionada pelos jornalistas se os interesses de países como a Hungria e a Polónia não saem reforçados com este pacto, Marisa Matias afirmou que, "sem dúvida nenhuma, a partir do momento em que não se revê o sistema de Dublin, que não temos uma política de asilo comum e que temos assistido a tantas ameaças por parte desses países, e não só, mas desses países em particular, é evidente que está a prevalecer a vontade destes governos".
“Governos que não têm respeitado a democracia", que "têm violado o Estado de Direito em várias dimensões”, e que, "de uma maneira não surpreendente, não respeitam também nenhuma dimensão do Direito Internacional no que diz respeito aos refugiados e ao seu acolhimento", destacou, rematando que a “UE não está a ter em linha de conta os valores europeus, mas sim a chantagem por parte desses países”.
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Esta suposta solidariedade é
Esta suposta solidariedade é um "remendo" para o óbvio: Se a Europa quisesse realmente resolver - e não continuar a gerir - a situação, ser realmente solidária, nem permitiria que os refugiados se fizessem ao mar, correndo o risco de morrer. Iria, isso sim, ao seu encontro ao largo das várias costas de onde saem e traziam-nos para a Europa em segurança. Mas nada é assim, pois não ? Ninguém parece confrontar esta grande contradição. Nem a Marisa, nem ninguém. É que neste contexto - e seria importante que a Marisa abordasse o assunto nesta perspetiva - o "sonho Europeu" só existe para aqueles que chegam ao seu destino na expectativa de uma esmola. Para mim, isso nem solidariedade é. É "caridadezinha".
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