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Derrame de combustível ameaça ilhas Maurícias

Crise ambiental, alimentar e económica num país fortemente dependente do turismo. O governo confessa-se incapaz de lidar com o problema. As Ilhas Maurícias ficam situadas no Oceano Índico, distando cerca de 2.000 km da costa sudeste do continente africano.
Navio MV Wakashio encalhado perto da Maurícia. Foto de Historic Mauritius/Flickr.
Navio MV Wakashio encalhado perto da Maurícia. Foto de Historic Mauritius/Flickr.

O navio MV Wakashio tinha encalhado no passado dia 25 de julho perto de um parque marinho no arquipélago das Ilhas Maurícias. Esta quinta-feira, segundo o governo deste país, começou a derramar parte da sua carga de cerca de 200 toneladas de gasóleo e de 3.800 de petróleo.

O governo das Maurícias esclarece que não tem capacidade para lidar com um desastre desta dimensão. Depois de ter evacuado com sucesso a tripulação, tenta agora, segundo o ministro do Ambiente, Kavydass Ramano, pelo menos evitar que a poluição alcance as suas praias. Tem sido impossível estabilizar o navio ou retirar o combustível que nele permanece e vive-se a ameaça de um derrame ainda maior se o navio se quebrar.

O petroleiro japonês, com bandeira de conveniência do Panamá e construído em 2007, viajava entre a China e o Brasil. Ao ficar encalhado em Pointe d’Esny, causou desde já uma crise ambiental, a região está listada como fazendo parte das zonas húmidas de importância internacional protegidas de acordo com a convenção de Ramsar. O local fica perto do parque marinho de Blue Ray. Tratam-se de ecossistemas frágeis, protegidos devido às suas aves marinhas e também aos recifes de corais.

A crise é também alimentar e económica, já que o território do oceano Índico depende da pesca para se alimentar e o setor do turismo, pilar da sua economia, pode vir a ser também abalado.

Vários ministros confirmam a gravidade da situação. Ramano diz que a situação é de “crise ambiental” e o ministro das Pescas, Sudheer Maudhoo, vai mais longe falando em “catástrofe”: “esta é a primeira vez que estamos a enfrentar uma catástrofe deste tipo e estamos insuficientemente equipados para lidar com este problema.” Ramano pediu ainda “ao público em geral, incluindo operadores de barcos e pescadores” para não se dirigirem às praias e às lagoas de Blue Bay, Pointe d’Esny e Mahebourg.

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