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Netflix cede a censura saudita
O jornalista Jamal Khashoggi foi assassinado há três meses dentro do consulado saudita em Istambul. O príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, figura criticada por Khasoggi, tem sido considerado o autor moral do assassinato.
O programa de standup de Hasan Minhaj, Patriot Act, continha um monólogo sobre o que teria sucedido dentro do consulado que incluía frases como: “em determinada altura estavam a dizer que ele morreu numa troca de murros, ao estilo Jackie Chan. Inventaram tantas explicações. A única que não avançaram foi que Khashoggi morreu num acidente a escalar montanhas sozinho.”
Minhaj atacava ainda a imagem “modernizadora” que o príncipe saudita quer fazer passar, “a única coisa que o príncipe está em vias de modernizar é a ditadura saudita”, e criticava-o pela guerra do Iémen e pela fome que desencadeou.
A associação norte-americana Human Rights Watch critica a atuação da Netflix que afirmava “apoiar a liberdade artística”, alegação que “não vale nada se se verga às exigências das autoridades governamentais que acreditam que não deve haver liberdade para os seus cidadãos.”
A associação de defesa dos direitos humanos declara ainda que “todos os artistas que aparecem no Netflix devem sentir-se ultrajados pela empresa ter concordado em censurar um programa de comédia porque a realeza sensível dos Sauditas se queixou sobre ele.”
A Netflix respondeu defendendo que é obrigada a “cumprir a lei local” contra a “cibercriminalidade”, desafiar esta lei pode conduzir a uma pena de cinco anos de prisão e a uma multa de cerca de 700 mil euros.
Comentários
Este caso é muito parecido
Este caso é muito parecido com a Google e a China, ou cumprem as "leis" locais, ou são banidos pelo governo do país. Claro que as empresas colocam imediatamente de lado a liberdade de expressão pois a contrapartida é monetária, perdendo uns milhares (ou milhões) de assinantes. Não pode ser uma empresa a fazer esta luta a verdade é essa, não sei o que poderia resolver isto, muito sinceramente, mas só havendo um embargo colectivo que de alguma maneira criasse uma contrapartida muito forte contra estes países, cortando todas as ligações de todas as empresas de internet "certificadas" digamos assim, ou seja, se não entra informação livre da Netflix, seriam bloqueados todos os outros sites da Google, Microsoft, Facebook, CNN, NY Times, Expresso, Publico, etc
Conclusão, um país ou recebe toda a informação que os sites disponibilizam ou recebe zero, de outro modo é fácil qualquer ditadorzito censurar argumentando que é contra a religião, costumes, etc
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