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PCP recusa condenar massacre na Síria e compara Bloco a Trump
O debate parlamentar desta quinta-feira acerca do ataque mais mortífero dos últimos quatro anos na Síria - os bombardeamentos sobre o enclave rebelde de Ghouta, que mataram cerca de 350 pessoas desde domingo - ficou marcado pelas declarações do líder parlamentar do PCP, João Oliveira.
Na resposta ao voto de condenação apresentado pelo Bloco (ler texto completo em baixo), o dirigente do PCP acusou o Bloco de “reproduzir a propaganda de guerra dos EUA e dos seus aliados”. “O Bloco apresenta um voto que poderia ter sido subscrito pelo próprio Donald Trump”, prosseguiu João Oliveira.
O líder parlamentar do PCP repetiu em seguida as calúnias lançadas pelo seu candidato presidencial Edgar Silva no debate televisivo com Marisa Matias, acusando o Bloco de ter "branqueado e apoiado objetivamente a agressão à Líbia”.
Na resposta, Pedro Filipe Soares afirmou que “para o Bloco de Esquerda não há ditadores bons e ditadores maus, não há ingerências externas boas ou ingerências externas más. Não há bombas boas ou bombas más. Todas elas matam civis, homens mulheres e crianças. E calar perante estas mortes é ser complacente com esta mortandade”.
“O Bloco exige aquilo que sempre exigiu: liberdade de decisão ao povo sírio. E não reconhecemos àqueles que oprimem internamente ou externamente o povo sírio legitimidade para falar por ele ou para lhe suprimirem os direitos. E acima de tudo, para os matarem em nome de interesses que não são os interesses do povo”, prosseguiu o líder parlamentar bloquista.
Pedro Filipe Soares concluiu a sua intervenção lembrando que “o Bloco de Esquerda sempre esteve ao lado das democracias e nunca esteve ao lado das ditaduras”. “Infelizmente temos de o repetir porque parece que nem todos o conseguem compreender”, lamentou.
Veja aqui as intervenções de João Oliveira e Pedro Filipe Soares e leia o texto do voto aprovado com os votos contra do PCP e dos Verdes.
VOTO DE CONDENAÇÃO N.º 487/XIII/3.ª
PELOS BOMBARDEAMENTOS E OS CRIMES CONTRA A HUMANIDADE SOBRE AS POPULAÇÕES DA REGIÃO DE GHOUTA, NA SÍRIA
Nos últimos dias, uma série de ataques perpetrada pelas forças militares leais a Bashar al-Assad tem devastado o enclave rebelde de Ghouta Oriental, localizado nos arredores de Damasco. Em apenas 2 dias, foram contabilizados 66 bombardeamentos com mísseis e outros projéteis, que incluem bombas de barril compostas por explosivos e pregos, e 466 ataques de rockets que atingiram inclusivamente vários hospitais e maternidades daquela região. Segundo as estatísticas mais recentes do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, desde o passado domingo morreram 296 civis, dos quais 71 eram crianças, causando ainda um total de 1400 feridos.
Este massacre hediondo, de contornos impressionantes e por vezes indescritíveis, vem no seguimento da chacina que o povo sírio enfrenta nos últimos anos, fruto de interesses nacionais e internacionais. Além disso, estes ataques recentes, que por não diferenciarem civis e combatentes consistem em crimes contra a humanidade, poderão ser sucedidos por uma ofensiva terrestre das forças militares do regime sírio no Ghouta Oriental.
Por fim, os dados que são disponibilizados e atualizados a cada hora só evidenciam o aumento da violência e crueldade sobre milhares de seres-humanos, pelo que esta situação deve merecer uma condenação desta Assembleia e levar a um apelo ao fim imediato de ataques contra civis na Síria.
Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, condena os bombardeamentos indiscriminados na região de Ghouta e repudia a persistente violação dos direitos humanos e os crimes contra a humanidade sobre a população síria.
Assembleia da República, 21 de fevereiro de 2018,
As Deputadas e os Deputados do Bloco de Esquerda.
Aprovado a 22 de fevereiro com os votos contra dos grupos parlamentares do PCP e Os Verdes
Comentários
https://twitter.com/hodnnat
https://twitter.com/hodnnat/status/966769210541137921 aqui podem ver a inocencia dos que agora se intitulam de vitimas quando entraram engaiolaram civís agora choram....
O Bloco caiu na propaganda
Embora toda a imprensa ocidental diga que o Assad está a matar os seus cidadãos, é mentira. É propaganda que aparece de cada vez que o Exército Sírio começa a matar terroristas. Terroristas esses que colocaram os cidadãos em jaulas para serem usados precisamente como escudos humanos. Terroristas esses que quando desesperados e encurralados matam os civis.
E depois vemos quase diariamente vídeos de uma organização que se chama Capacetes Brancos. Financiados por governos estrangeiros e que apoiam os rebeldes não são mais do que uma ferramenta de propaganda. Terroristas com a barba cortada. Que ao longo destes quase 8 anos de guerra na Síria já foram apanhados a mentir. Lembram-se do menino de Aleppo? Chama-se Omran, e foi pintado para a foto. A Eva Bartlett foi a casa da sua família desvendar a mentira ( https://www.rt.com/op-ed/391958-aylan-omran-child-victims-syria-propaganda/ ). Mentira essa que é precisa para se justificar mais imperialismo ocidental, mais Wahhabismo, mais poder para Israel que quer manter as Colinas de Golã que pertencem à Síria. Mais bombas que caem para encher os bolsos da Exxon Mobile, e mais dinheiro os EUA fazem a venderem petróleo.
E o Bloco, para meu desencanto, caiu na propaganda.
Muito bem Bloco de Esquerda.
Muito bem Bloco de Esquerda.
O comunismo foi extinto na
O comunismo foi extinto na Rússia mas PCP continua a acreditar em milagres apoiando a Rússia em tudo inclusive no massacre de inocentes crianças.
A tragédia humana e a simplificação canónica
Há quem tenha grande facilidade em botar as mais "sensatas" sentenças, das quais estão naturalmente arredadas as preocupações com os mais elementares direitos humanos. Quando os telejornais deixarem de ser só som e imagem e passarem a incluir o cheiro a sangue e a carne queimada, os iluminados "geoestrategas" de serviço não hesitarão em aconselhar o pagode a fazer zaping para as casas dos segredos da altura. Força, Bloco de Esquerda! A provocação e a crítica bacoca só confirma as opções políticas de quem ficou parado na História "cheio de razão"...
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