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Ainda Raquel Varela e o aquecimento global

Aquecimento global é ideologia de Estado na Europa, acusa historiadora, esquecendo-se de que os EUA de Trump perseguem cientistas e afirmam que alterações climáticas são uma farsa.

Raquel Varela retirou-se de um debate que estava a ter comigo no Facebook, a propósito das alterações climáticas, dizendo não gostar “dos termos” que eu estava a usar, acusando-me de “manipular palavras de outrem”, uma atitude “feia”. “Deixo-te a última palavra, com gosto”, escreveu, pondo fim a um curto debate que pode ser lido no final deste artigo. Antes, porém, desafiou-me a mostrar “uma linha onde eu [Raquel Varela] tenha escrito ou tenha defendido uma posição diferente da de hoje, de ontem, ou do vídeo.”

O repto foi a reação a uma afirmação minha de que a historiadora estava a “sair de costas fingindo que estava entrando”, isto é, a mudar disfarçadamente de posição em relação às primeiras polémicas afirmações que fizera sobre o tema no programa “O Último Apaga a Luz” da RTP 3.

Como o debate comigo estava a ser travado na página de Raquel Varela no Facebook, e eu acho que é indelicado querer ter a última palavra na casa dos outros, abstive-me de prosseguir a discussão naquele momento e naquele local. Mas não podia deixar de responder a uma acusação tão grave como a de “manipular palavras de outrem”.

Retomo-a agora.

Raquel Varela assume o negacionismo

A polémica começou no programa “O Último apaga a luz” de dia 27 de janeiro. A propósito das alterações climáticas, Raquel Varela acusou os meios de comunicação social de só darem voz a um lado, o dos cientistas que defendem a existência do aquecimento global, sendo que, segundo ela, aqueles que afirmam não haver provas da sua existência são rotulados com o selo do Partido Republicano dos Estados Unidos. (ver aqui vídeo da intervenção)

Em seguida, a historiadora passou a defender algumas das principais teses dos que negam a existência de um aquecimento global: afirma ela, os dados de cerca de cem anos do clima da Terra não representam nada para se poder tirar conclusões; a maioria das estações meteorológicas estão em terra, mas a maioria do planeta é mar. E concluiu que há dúvidas em relação ao aquecimento global, mas há uma certeza: a do crescimento dos impostos para financiar a economia verde, usados principalmente para a conversão da indústria automóvel, um apoio que se destina aos carros individuais e não aos transportes públicos.

Argumentações semelhantes

Esta última tese, de que o combate às alterações climáticas é um pretexto para aumentar os impostos e financiar a readaptação da indústria é também uma das teses favoritas dos negacionistas. Aliás, a linha de argumentação de Raquel Varela é muito semelhante à de um artigo publicado na tribuna do XX Congresso do PCP, assinada por João Lopes. Ele afirma que “o aquecimento global antropogénico, ou seja causado pelo homem, é um conceito que nunca passou de uma hipótese e que se tornou num dogma absoluto sem ser validado”; que “determinar uma relação de causa/efeito a partir de um período tão curto na escala das ciências da Terra como é o período de 77 a 98 é como julgar um filme por um único fotograma”; e que “o combate às alterações climáticas ... é um pretexto para mais impostos, para energia mais cara por meio de subsídios e taxas”.

Cientistas discriminados?

No dia 12 de fevereiro, no segundo post que dedica ao tema, Raquel Varela acrescenta um dado novo: afirma estar próxima de “vários cientistas que trabalham diretamente na área, há décadas” e que se queixam de “só ter projetos aprovados quando são favoráveis à hipótese do aquecimento global”.

Raquel Varela conhece muito melhor que eu as pressões e as capelinhas que são comuns no meio académico. Sou amigo de dois ilustres académicos (sem qualquer relação com climatologia) que tiveram de aceitar convites de universidades no exterior porque não conseguiam investigar em paz em Portugal. Mas daí a dizer que o “dogma” do aquecimento global impede de trabalhar os investigadores que discordam dele vai um passo muito grande.

Admito, porém, que as vozes discordantes sejam vistas com desconfiança, já que que há um consenso de 97% da comunidade científica em relação ao aquecimento global e às suas causas pela ação do homem.

Em 14/2, Raquel Varela resolveu contestar a existência de tal consenso, e escreveu um post afirmando que “em segundos”, ou mesmo “em décimos de segundo”, chegara à conclusão de que as contas estavam erradas. Depois de fazer os seus próprios cálculos, concluiu que não há consenso algum, porque os cientistas que defendem a existência do aquecimento global são “muito menos de metade”, já que a maioria, 66,4%, “não expressavam qualquer opinião sobre se havia ou não aquecimento global.” Na verdade, esse número refere-se aos que não expressam posição em relação às causas do aquecimento global, o que é bem diferente.

Mas Raquel Varela conclui, triunfante: “Não há qualquer consenso na comunidade científica. Se me perguntarem acho que é uma notícia maravilhosa. Consenso em ciência seria uma péssima notícia.”

O consenso sobre o consenso”

Não demorei segundos e muito menos décimos de segundo, mas sim horas a descobrir a contestação das contas de Raquel Varela. Temeroso de meter-me a fazer os meus próprios cálculos, preferi procurar cientistas que estudaram este tema, e descobri um interessante paper, que reafirma não só que há consenso, mas que há consenso sobre este consenso. O seu título é “Consenso sobre o consenso: uma síntese das estimativas de consenso sobre o aquecimento global causado pelo homem”. É assinado por académicos que participaram em seis estudos independentes e que assinam como co-autores este documento que demonstra o consenso... sobre a existência de consenso. Eis os seus nomes: John Cook, Naomi Oreskes, Peter T Doran, William R L Anderegg, Bart Verheggen, Ed W Maibach, J Stuart Carlton, Stephan Lewandowsky, Andrew G Skuce, Sarah A Green, Dana Nuccitelli, Peter Jacobs, Mark Richardson, Bärbel Winkler, Rob Painting e Ken Rice. (Ver o documento aqui: http://iopscience.iop.org/article/10.1088/1748-9326/11/4/048002/meta). Estes estudos vão ao encontro do primeiro que estabeleceu a existência de um consenso de 97% dos climatologistas sobre o aquecimento global causado pelo homem, da autoria de Cook e outros.

Os autores ressaltam que há uma posição discordante, a de Richard Tol, que chegou a uma conclusão diferente “usando resultados de inquéritos a não-especialistas, tais como geólogos económicos e um autoescolhido grupo daqueles que rejeitam o consenso.” Os cientistas co-autores mostram que Tol (tal como Raquel Varela) também assume que os resumos dos papers de cientistas que não tomam posição sobre as causas do aquecimento global representam um não apoio a esta tese, “uma abordagem que se fosse aplicada noutras áreas rejeitaria consensos de teorias bem-estabelecidas como a das placas tectónicas”.

Note-se: ao contrário de Raquel Varela, estes cientistas destacam como positiva a existência de consensos na ciência (citam o caso das placas tectónicas, eu acrescentaria, só para não ir mais longe, a teoria da evolução das espécies) e não confundem, como faz a historiadora, consenso com unanimidade.

A farsa do Aquecimento Global”

No dia 16/2, Raquel Varela dá mais um passo e divulga as posições dos que denunciam a teoria do aquecimento global. Publica o vídeo de uma entrevista ao Jô Soares do professor Ricardo Augusto Felício, da Universidade de São Paulo, e de um colóquio Alterações Climáticas: Contra as Certezas: pelo debate científico promovido pelo meteorologista Luiz Carlos Molion, que se opõe à teoria das alterações climáticas. Título de ambos vídeos no Youtube: “Contra a farsa do Aquecimento Global”.

Sobre estas duas personagens, Felício e Molion, recomendo a leitura do texto “O show de falácias do professor Felício” (http://haeckeliano.blogspot.pt/2012/06/feliciadas-o-show-de-de-falacias-do-dr.html?m=1).

No mesmo post, Raquel Varela justifica ter publicado tantos posts sobre um assunto em que não é especialista: “tenho medo, pânico, de quando a ciência passa a ser um dogma de Estado. A ciência boa e a má ciência. Acho o Estado uma entidade assustadora pelo tamanho de poder que concentra, imaginem quando passa a ser o fiel guardador das teses cientificas autorizadas?”

Ciência de Estado

Seria distração? Seria eurocentrismo? Como podia Raquel Varela, que tanto reivindica o internacionalismo, esquecer que o presidente dos Estados Unidos, o maior Estado do mundo, adotou o dogma de que não existe aquecimento global? Que a administração do presidente Donald Trump deu instruções, logo que assumiu, para retirar a página dedicada às alterações climáticas do seu site de internet? Que mesmo antes de assumir, pediu uma lista de todos os académicos dedicados à investigação das alterações climáticas? Que nomeou Scott Pruitt, defensor da indústria petrolífera, para o comando da Agência de Proteção Ambiental dos EUA? Que considera o aquecimento global uma farsa?

Se há Estado que obedece a um dogma, é o dos Estados Unidos – e o dogma é o de considerar as alterações climáticas uma invenção dos chineses para prejudicar a competitividade dos EUA (palavras de Trump). Mas então o Estado mais poderoso do mundo não é “uma entidade assustadora pelo tamanho de poder que concentra”, e não passou a ser “o fiel guardador das teses cientificas autorizadas?”, no caso, as que contradizem a existência de alterações climáticas feitas pelo homem?

Ideologia de Estado e liberdade científica

Raquel Varela compara esta política com a da Alemanha e afirma que naquele país o dogma são as alterações climáticas, “como se pode comprovar nos documentos da Comissão Europeia”. A comparação é um pouco bizarra. Merkel pode ter muitos defeitos, mas não declarou uma caça aos negacionistas do aquecimento global, como Trump fez aos investigadores das alterações climáticas. Não por acaso, três dias depois deste post, em 19 de fevereiro, cientistas de Boston fizeram um protesto contra “a retórica anticiência de Trump”. Não por acaso, os académicos estão a preparar uma “Marcha dos Cientistas a Washington” em defesa da liberdade da ciência.

Desta forma, a posição de Raquel Varela fica ainda mais complicada. São os próprios cientistas que mostram que o dogma de Estado mais perigoso é justamente o que Trump está a impor nos Estados Unidos, e esse dogma é o da “farsa do aquecimento global”.

Foi neste momento que a posição de Raquel Varela mudou de novo. No mesmo dia 16/2, escreve um novo post em que procura regressar a uma posição de equidistância, e pela primeira vez reconhece que “Trump e a indústria petrolífera acreditam que não há aquecimento global. É ideologia de Estado nos EUA.” Mas a historiadora põe-na no mesmo plano de “Merkel e da Volkswagen e todos os partidos liberais”, reafirmando que “É ideologia de Estado na Comissão Europeia. Querem subsídios e impostos para salvar o planeta e reconverter indústrias.” Quanto aos cientistas, afirma que há mais de uma dezena de hipóteses fortes, umas a favor e outras contra o aquecimento global – como se todas tivessem o mesmo peso. Conclui sugerindo que devemos deixar os cientistas trabalhar sem os insultar, oferecendo-se apenas “para fazer um gráfico de boas maneiras e de liberdade científica”.

A propagandista da “fraude das alterações climáticas” recentrava a sua posição e procurava reassumir uma posição equidistante. Vamos ver se ela vai comentar as manifestações dos cientistas norte-americanos contra Trump.

Qual o peso da economia verde?

No debate que mantive com Raquel Varela no Facebook, ela interpelou-me várias vezes: “Vais defender o que defenderam as CTs da Auto Europa e da VW em Bruxelas ? Subsídios à Volkswagen. Gostava de ver a tua opinião sobre isto.”

Não lhe respondi. Por dois motivos: primeiro, por achar que essa discussão era apenas uma manobra de diversão para afastar o debate do verdadeiro tema, as alterações climáticas. Segundo, por não conhecer esse dossier. Diz Raquel Varela: “ando há muitos anos a estudar a atividade sindical mundial, num projeto internacional de estudo na indústria naval no mundo, com epicentro no Instituto Internacional de História Social e por mim coordenado. E sabem o que descobrimos, eu e mais de 4 dezenas de colegas, depois de termos mergulhado em milhares de documentos das estruturas sindicais nacionais e mundiais? Que a atividade dos partidos de esquerda e sindicatos que dirigem, desde a década de 80, na grande indústria – naval, automóvel, siderúrgica, energética – resume-se, para o público leigo, em poucas palavras: em vez de lutarem pelo pleno emprego e aumentos salariais contra os patrões das grandes empresas conglomeradas destes sectores, juntaram-se, os sindicatos aos patrões, para pedir subsídios verdes e isenções fiscais para as empresas para nos salvar do aquecimento global.”

Não tenho dúvidas de que isto seja um facto, mas, para poder tomar uma posição, precisaria de mais dados. A que tipo de produção são atribuídos os subsídios verdes e as isenções fiscais? Qual o peso destes subsídios na economia, comparados com os prejuízos provocados pela indústria petrolífera? Por que será que Raquel Varela só fala dos subsídios à Volkswagen e não às indústrias de energia, por exemplo, que tanto os têm recebido?

Fui ao site do Instituto Internacional de História Social, mas em vão procurei um paper sobre este tema. Provavelmente não tive competência para o encontrar. É quase certo. Mas Raquel Varela, se fala em nome de um grupo de trabalho de um Instituto tão importante, e ainda em nome dos 40 integrantes do grupo de trabalho que co-coordena [“co-coordinates the international project ‘In the Same Boat? Shipbuilding and ship repair workers around the World (1950-2010)’”, lê-se no site] deveria facultar essa informação, até para demonstrar que os “subsídios à Volkswagen” são uma ameaça mais grave para as pessoas que a do aquecimento global. Procurei também no site Academia.edu, mas na lista das publicações académicas da historiadora não encontrei nada referente aos subsídios à economia verde e à Volkswagen.

Lições de boas maneiras

Surpreendida talvez com a chuva de críticas que recebeu depois da sua intervenção no programa da RTP 3, Raquel Varela disse-se vítima de insultos e mais insultos. E responsabilizou uns tais de Jovens do BE (com letra maiúscula) por serem os “fanáticos” responsáveis por esses ataques.

Acontece que não houve qualquer ataque do Bloco de Esquerda à Raquel Varela (como lhe disse, o Bloco tem mais o que fazer), como se pode comprovar lendo o Esquerda.net ou até lendo os comentários aos posts da Raquel Varela sobre este tema. O único artigo que trata da posição da historiadora, “Os pinguins da Autoeuropa e os macacos do sótão do negacionismo de esquerda”, de Miguel Heleno, contesta as posições da historiadora em alto nível, sem insultos e com um nível de ironia semelhante ao dela.

Mas isso não importa muito a Raquel Varela. O que interessa é arranjar uma conspiração que explique a avalanche de críticas que recebeu. Os responsáveis não são cidadãos comuns chocados com a posição da opinadora, mas sim um partido político com o qual Raquel Varela não tem qualquer afinidade (para ser delicado).

A sua reação, além de responsabilizar o Bloco pelas críticas, foi fazer ironias grosseiras sobre a luta ecológica, do tipo: se “fechar-se Almaraz o BE fica sem programa político”, e produzir acusações graves, infundadas e insultuosas como “a renegociação da dívida, o pagamento das PPPs e a lei dos despedimentos do PSD/CDS … caíram, milagrosamente, do programa do BE, assim que este decidiu apoiar este Governo.”

No debate que manteve comigo, seguiu o mesmo padrão. Disse: “Não vou continuar a debater contigo Luis Leiria não gosto dos termos, nada, mas era bom mostrares uma linha onde eu tenha escrito ou tenha defendido uma posição diferente da de hoje, de ontem, ou do vídeo. Manipulação de palavras de outrem é feio, ficamos por aqui. Deixo-te a última palavra, com gosto.”

Cabe agora a Raquel Varela demonstrar onde eu manipulei as palavras dela.


 

Abaixo, a transcrição do debate.

Diálogo sobre o post de 16/2 às 10h29

Luis Leiria: O maior e mais bem armado estado do mundo acha que as alterações climáticas são uma mentira e retirou oficialmente o financiamento a projetos ligados a esse tema.

Raquel Varela: O segundo maior Alemanha e UE fez dessa tese ideologia oficial -ver boletins da comissão europeia.

Raquel Varela: É melhor ouvirmos cientistas porque políticos de mãos sujas há neste campo nos dois lados da barricada

Raquel Varela: Já agora ouviste as palestras que linkei? Parecem-te malucos ou membros do tea party?

Luis Leiria: Nada disso invalida que o Trump tenha banido todos os projetos que recebiam financiamento do Estado sobre alterações climáticas através de medida executiva

Raquel Varela: E sem dúvida é um bronco perigoso, banir uma hipótese é tão grave como torná-la oficial . Bjs

Luis Leiria: Então o problema não é ser ou não ideologia de estado.

Raquel Varela: E ser e não certeza, o problema nunca foi outro ;)

Luis Leiria: Portanto o argumento da imposição do estado devia preocupar ao inverso, dado o poder dos EUA. Quanto à certeza, que cada um fique com as suas, eu sigo, há muito tempo, a maioria da comunidade científica e combato as campanhas financiadas pela indústria do petróleo. Para mim foi uma surpresa essa tua nova posição. Mas certezas, certezas mesmo, como diz o ditado, só a da morte...

(Nesta altura, Raquel escreve outro post, em que pela primeira vez admite que a ideologia de Estado nos EUA é que não há aquecimento global. Este segundo post do dia foi escrito menos de duas horas depois do primeiro e poucos minutos depois da polémica transcrita acima).

Luis Leiria: Raquel, em matéria de boa educação não tens lições a dar, como se pode ver nos posts em que rasgas as vestes como se estivesses a ser atacada pelos "fanáticos" Jovens do BE (??), ou atacas subitamente a CT da Autoeuropa com ironias pesadas e incompreensíveis. O Chora até me disse uma vez que gosta do que escreves. A tua obsessão antiBloco tolda-te a visão.

Quanto à liberdade científica, recentraste a posição. Estava estranho esqueceres persistentemente o Trump. Tu dás a entender que afinal não és a favor de nenhum dogma e que não tens posição e que deixem a ciência trabalhar. Mas a verdade é que todos viram que tomaste sim uma posição contra os que defendem as teses das alterações climáticas. A maioria da comunidade científica. Não adianta agora sair de costas a fingir que estás a entrar.

Raquel Varela: Vais defender o que defenderam as CTs da Auto Europa e da VW em Bruxelas ? Subsídios à volkswagen. Gostava de ver a tua opinião sobre isto.

Podia-te dizer que era uma obsessão mas não gosto de tratar políticas com as quais discordo como doenças... São políticas erradas porque expropriam os salários pela via fiscal têm a ver com burocratização sindical, ausência de estratégia, ausência de força do movimento operário, recuo do internacionalismo, pressões dos sectores médios, mas doença… não me parecem.

Fanatismo é uma característica de certos grupos - a forma como muitos do BE reagiram não tem infelizmente outro nome. Actuaram como uma seita - não é a primeira vez. Há excepções - há pessoas no BE com que se pode discutir com seriedade. Com quem debato- com gosto.

Luis Leiria: Apenas confirmas o que eu disse. Quando recebes uma chuva de críticas fazes de vítima culpando uns tais Jovens do BE (com letra maiúscula) que não existem, como se houvesse um ataque coordenado de fanáticos bloquistas contra ti. Francamente, o Bloco tem mais o que fazer. Depois desvias a conversa sobre alterações climáticas para a política da Volkswagen e só os iniciados percebem que estás de novo a atacar o Bloco. Mas, sabes, o Bloco respeita as decisões autónomas dos seus militantes no movimento sindical e dos trabalhadores. Em termos de debate honesto e liso estamos conversados.

O que está aqui em causa não são os "fanáticos" bloquistas, é a tua posição sobre as alterações climáticas, onde tu primeiro defendes um lado e tomas posição, depois "ouves" os dois lados e afinal já não tomas posição, "para deixar a ciência trabalhar".

E finalmente lembras-te do Trump. Vá lá. A discussão serviu para alguma coisa.

Raquel Varela: Luis Leiria qual é a tua posição sobre os subsídios?

Raquel Varela: Não vou continuar a debater contigo Luis Leiria não gosto dos termos, nada, mas era bom mostrares uma linha onde eu tenha escrito ou tenha defendido uma posição diferente da de hoje, de ontem, ou do vídeo. Manipulação de palavras de outrem é feio, ficamos por aqui. Deixo-te a última palavra, com gosto.

Sobre o/a autor(a)

Jornalista do Esquerda.net
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