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Técnicos de diagnóstico e terapêutica estão em greve há 18 dias

Esta segunda-feira, dezenas de Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica protestaram, mais uma vez, frente a hospitais em Lisboa, Porto e Coimbra. Bloco apresentou proposta de alteração ao OE2018 para, “de uma vez por todas”, se concluírem as negociações sobre nova carreira dos TSDTs.
Manifestação de Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, devido à falta de resposta às reivindicações da greve que dura há 18 dias, frente ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, 20.11.2017. Foto de André Kosters/ LUSA.

A greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica, por tempo indeterminado, já dura há 18 dias e, esta segunda-feira, levou várias dezenas de profissionais a protestarem frente a hospitais em Lisboa, Porto e Coimbra, mais uma vez. Ainda no passado dia 9 deste mês, este profissionais estiveram na rua, exigindo uma resposta às suas reivindicações.


Em causa está a reposição do acordo firmado e violado pelo Governo em Conselho de Ministros, reduzindo a quota dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (TSDTs) do topo da carreira em 50 por cento (tinha sido acordado uma quota de 30 por cento de lugares de topo de carreira ), o que impede a progressão normal dos profissionais das categorias inferiores. A greve e os protestos reclamam ainda o fim do bloqueio das negociações, algo que contraria os acordos de novembro de 2016 e junho de 2017.



Luís Dupont, vice-presidente do sindicato, explicou à Lusa que os principais efeitos desta greve se sentem no adiamento de exames de rotina, mas também nas consultas externas, tendo já afetado mais de 200 mil utentes. Também a cirurgia programada, assim como as efetuadas no âmbito da recuperação das listas de espera, está a ser afetada por esta paralisação.

Segundo Luís Dupont, o protesto vai continuar até existir pelo menos uma calendarização do processo negocial firmado entre o Ministério da Saúde e os representantes sindicais. O dirigente sindical lembrou que o Ministro da Saúde, ouvido há uma semana no parlamento sobre o Orçamento de Estado, disse aos deputados que iria em breve apresentar uma proposta aos sindicatos, o que ainda não aconteceu.


Manifestação de TSDTs, frente ao Hospital de S. João, no Porto. 20.11.2017
 

Luís Dupondt acrescentou ainda que, na semana passada, houve contactos informais entre os sindicatos e a Tutela, porém, sem que estes tivessem resultado na apresentação de qualquer protocolo com vista ao início das negociações.

Na manhã desta segunda-frente, em frente do hospital Santa Maria, em Lisboa, e do S. João, no Porto, estavam várias dezenas de profissionais, alguns exibindo cartazes a reclamar “Justiça e Equidade”.

Bloco quer que “de uma vez por todas” se concluam as negociações sobre nova carreira dos TSDTs

O deputado bloquista Moisés Ferreira esteve presente na manifestação dos TSDTs desta segunda-feira, em frente do Hospital de S. João, no Porto. Lembrando que este profissionais “entram hoje no 19.º dia de greve”, o deputado afirmou que “o Bloco de Esquerda está solidário com a manifestação e com a longa luta destes trabalhadores”.

Neste sentido, o Bloco apresentou uma proposta de alteração ao OE2018, estabelecendo o final do 1.º trimestre de 2018 como limite máximo para a publicação do novo regime remuneratório aplicável à carreira especial de técnico superior das áreas de diagnóstico e terapêutica.



Em declarações ao Esquerda.net, Moisés Ferreira frisou ainda que o Bloco vai bater-se pela proposta de alteração ao orçamento do Estado para o próximo ano, alegando que “todo o processo tem sido recheado de atrasos” e que é preciso concluir, “de uma vez por todas”, as negociações para garantir a transição dos TSDTs para a nova carreira.

Neste protesto, estiveram também Luís Monteiro e Maria Manuel Rola, deputados do Bloco, eleitos pelo distrito do Porto.

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