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Incêndios: “Apoios têm que chegar o mais depressa possível às populações”

Catarina Martins alertou em Castelo de Paiva que as ajudas não podem ficar à espera do orçamento para 2018 e que “é preciso ter a coragem de afrontar interesses instalados e de ter um modelo de defesa da floresta e de combate aos fogos que funcione”.
"Há apoios sociais que têm de ser dados e que têm de estar no terreno”, declarou Catarina Martins em Castelo de Paiva - Foto de Paulete Matos
"Há apoios sociais que têm de ser dados e que têm de estar no terreno”, declarou Catarina Martins em Castelo de Paiva - Foto de Paulete Matos

A coordenadora do Bloco de Esquerda deslocou-se nesta sexta-feira, 20 de outubro, a Castelo de Paiva, onde esteve na entrada da fábrica de calçado Catalá, que ardeu completamente, na noite do passado domingo, no incêndio em que ardeu 80% do concelho. Catarina Martins foi acompanhada na visita pelo líder parlamentar do Bloco, Pedro Filipe Soares, e pelo deputado Moisés Ferreira.

Em declarações aos jornalistas, Catarina Martins afirmou: "Há aqui várias urgências e não podemos ficar à espera de janeiro de 2018, de alterações no Orçamento e de alterações na tutela, que são necessárias e essenciais e para as quais o Bloco de Esquerda está a trabalhar, mas é preciso já, rapidamente, colocar o apoio junto das pessoas".

"Há apoios sociais que têm de ser dados e que têm de estar no terreno. Tem de se fazer um esforço sobre o Estado para dar essa resposta. Quando acontece uma coisa deste tamanho, o Estado tem de fazer mais esforço", sublinhou.

Segundo a Lusa, a coordenadora bloquista foi recebida pelas operárias, muito preocupadas com o risco de ficarem desempregadas.

O empresário da fábrica declarou que, se não houver ajudas, não tem meios para retomar a atividade e para aguentar os postos de trabalho, frisando que só em maquinaria o prejuízo ascende a cerca de 1,5 milhões de euros.

Catarina Martins sublinhou que o país precisa de repor os empregos e a capacidade produtiva que perdeu com os incêndios deste ano, pois caso contrário penalizar-se-á quem já perdeu tudo, porque fica sem trabalho, e promove-se o abandono do território.

Ainda segundo a Lusa, a fábrica de calçado dá emprego a cerca de 70 pessoas, na esmagadora maioria mulheres, e funciona desde 2010.

O presidente da Câmara de Castelo de Paiva, Gonçalo Rocha, acompanhou Catarina Martins na visita e prometeu às trabalhadoras que a autarquia tudo fará para ajudar a encontrar uma solução. Aos jornalistas, referiu que os incêndios destruíram várias empresas do concelho, pondo em risco cerca de 200 postos de trabalho, e pediu ao Governo para que seja criado um plano especial para Castelo de Paiva que ajude a acorrer aos vários problemas.

Não podemos ter uma proteção civil refém de interesses privados”

Catarina Martins falou com a população de Castelo de Paiva, um concelho que ficou 80% destruído pelo incêndio do passado domingo. A coordenadora bloquista esteve acompanhada pelos deputados Pedro Filipe Soares e Moisés Ferreira – Foto de Octávio Passos/Lu
Catarina Martins falou com a população de Castelo de Paiva, um concelho que ficou 80% destruído pelo incêndio do passado domingo. A coordenadora bloquista esteve acompanhada pelos deputados Pedro Filipe Soares e Moisés Ferreira – Foto de Octávio Passos/Lusa

“Não podemos continuar a ter uma proteção civil que está refém de interesses privados. Desde logo, dependermos de contratos com privados, por exemplo para os meios aéreos ou para as comunicações. Assim como não podemos ter uma floresta que está refém dos interesses privados, porque temos medo de atuar nos terrenos sem dono ou porque deixamos que a celulose ou o eucalipto mandem em tudo”, salientou também Catarina Martins.

A coordenadora bloquista apontou também que: “É preciso ter a coragem de afrontar interesses instalados e de ter um modelo de defesa da floresta e de combate aos fogos que funcione”.

“O Bloco de Esquerda está a fazer por isso, tanto na proposta de organização, de reforma florestal, de reforma da proteção civil como no orçamento do Estado”, acrescentou Catarina Martins.


Ver Fotogaleria: Bloco visita Castelo de Paiva após incêndio devastador

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