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"Recuperar o controlo público dos CTT por incumprimento contratual"
"O que sucede nos CTT é um espelho da degradação das condições de trabalho a que se tem vindo a assistir nos últimos anos em Portugal e que resulta de duas opções profundamente erradas que foram tomadas: as alterações no Código de Trabalho e a privatização de uma empresa como os CTT, o que nunca deveria ter acontecido", afirmou a coordenadora bloquista durante a concentração dos trabalhadores da Central de Correios do Norte contra “os ritmos de trabalho desumanos e impraticáveis causados pela falta de trabalhadores.”
"Já questionámos o governo sobre as condições laborais específicas e sobre o facto de não estar a ser cumprida a lei no que diz respeito aos trabalhadores dos CTT, sobre os horários muito longos, sobre a forma como decorrem os descansos que não são descansos nenhuns, sobre a incapacidade de organização da vida familiar, dizendo que é preciso agir rapidamente para repor a legalidade", avançou Catarina Martins.
"Estamos neste momento a lutar para que haja uma lei por turnos diferente que possa responder ao que é o vosso trabalho e que respeite o vosso trabalho", afirmou ainda a dirigente do Bloco, reforçando "que os CTT não estão a cumprir com as suas responsabilidades de contrato de serviço público postal", e que sendo uma empresa privada "não está a responder com aquilo a que era obrigada".
“O Bloco entende que é preciso recuperar o controlo público dos CTT por incumprimento do contrato da empresa concessionária", frisou, sinalizando que “os CTT devem ser públicos e nos próximos tempos estas serão as três formas em que vamos atuar: legalidade da empresa, alterar a questão dos turnos e recuperar o controlo público dos CTT".
Em declarações à agência Lusa, Catarina Martins referiu que "os dados da ANACOM mostram claramente que a empresa não está a cumprir com aquilo a que é obrigada e, assim sendo, tem de haver uma recuperação para a esfera pública do serviço público postal".
O "Estado tem de fazer valer a lei", defendeu, destacando que "não há ninguém em Portugal que não esteja a perceber que a degradação dos CTT está a retirar direitos às pessoas".
"Temos autarcas, dos mais variados partidos, de todo o país a dizer que os CTT não estão a cumprir. Nós precisamos dos CTT mas, a partir do momento em que foram privatizados, deixaram de cumprir o que a lei manda pelo que terá de haver uma intervenção pública", rematou a coordenadora bloquista.
Comentários
Tempo de espera nos CTT
Além das condições de trabalho dos funcionários que mais não podem dar, o tempo de espera é infernal, degradante e desumano:.
Desde idosos encostados às paredes, sem bancos para se sentarem, aquando do recebimento das reformas de miséria, a utentes que esperam mais de 40 minutos para enviar uma simples carta, é um circo escandalosos o que se vê na estação do Mercado e da Zarco, no Funchal.
CTTs, actualmente são uma vergonha!
Os serviços dos CTTs ficaram piores, como diz o caro Marcolino, em Bragança é igual e pelos vistos é geral, tempos de espera infernais, espaço enorme sem quase lugares sentados para as pessoas mais idosas, apenas estantes com livros e mais livros (os CTTs parecem mais uma livraria e uma casa de jogos que um sitio para despachar cartas/encomendas). Impressos retirados ao publico porque segundo as chefias, e após reclamação, era por questões de redução de custas com os impressos, enquanto isso há filas demoradas pois enquanto se está na fila, não se preenchem os impressos, só se preenchem quando somos atendidos e quando estamos a ser atendidos, fazemos atrasar o atendimento das outras pessoas porque estamos a preencher os impressos. A gestão dos CTTs é simplesmente uma afronta às pessoas que facilmente ficam 1h para serem atendidas.
Já para não falar nas encomendas extra-comunitárias onde ficam mais de 2 meses perdidas na alfandega ou no armazem dos ctts, e depois termos de pagar honorários abusivos para o desalfandegamento que nunca existiu antes de serem privatizados e agora chulam tanto como as transportadoras, e ainda nos fazem pagar impostos de armazenamento (ainda por cima) quando brincam com as pessoas e empresas que veem as suas encomendas retidas no sistema por mais de 2 meses sem qualquer explicação.
CTT
Catarina está certa, aliás, como sempre. A privatização sempre reveste uma ambição de lucro encapotada e, infelizmente, poucas vezes denunciada e revertida.
Uma empresa privada jamais se preocupou em servir os cidadãos. Seu objetivo é o lucro e sua distribuição pelos acionistas para que deixem as administrações parasitas em paz. A teoria de que as pessoas não querem trabalhar e é portanto necessário obriga-las criando-lhes a necessidade é, exatamente, o grande objetivo das administrações: não trabalhar para se dedicarem a colecionar automóveis, jogar polo e golfe, viajar em jatos privados, hotéis de luxo e por aí fora. Não sou cegamente contra quem tenha condições humanamente LEGAIS para o fazer... porém, se essas administrações não cumprem as normas legais de distribuições de riqueza, insurgindo-se contra todos os direitos conferidos aos trabalhadores, então, não devem ser poupadas. Cumpram-se as normas legais.
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