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O Mundo ao Contrário

O Mundo está a mudar à nossa volta. Se a direita já não era solução, agora muito menos. Por Diogo Henriques, Estudante do Ensino Secundário.

A 21 de janeiro tivemos marchas pelas mulheres um pouco por todo o globo.

A principal razão da realização destas marchas foi demonstrar a indignação não só dos Americanos mas de todos nós, cidadãos do mundo, aquando da eleição de Trump. Estas marchas tiveram como principal foco a igualdade de género, a qual Donald J. Trump nunca defendeu.

Desde movimentos sociais das mais diversas lutas, desde antirracistas até aos movimentos estudantis, estiveram presentes. Também as forças progressistas de esquerda não faltaram a esta luta que diz respeito a todos os “cidadãos do mundo”.

Saindo à rua pela interseccionalidade das lutas, por uma diferente compreensão das desigualdades, contra todas as formas de opressão e exploração. Estas marchas tiveram frases marcantes como “Parar o Machismo”, “Construir a Igualdade” ou “Não sejas Trump” foi umas das frases mais utilizadas durante as marchas de sábado.

O nosso país não foi exceção a estas marchas, na qual tivemos marchas espalhadas pelo norte, centro, sul e ilhas (Açores), tendo sido os epicentros nacionais o Porto e Lisboa.

Mas será que os EUA tinham uma verdadeira solução?

Infelizmente não, os EUA não tinha muito por onde escolher.

De um lado tínhamos a democrata Hilary Clinton, com uma campanha financiada pela Goldman Sachs e Empresas Petrolíferas, ainda para mais sendo Hillary Clinton uma pessoa que em 2013 defendeu a opção militar contra o Irão. Teria Hillary Clinton moral para agora defender os direitos sociais?

Do outro lado tínhamos Donald Trump, uma das alas mais extremistas do Partido Republicano que incentivava ao ódio aos imigrantes, homossexuais, pessoas de outras etnias e culturas. Para além do mais foi uma pessoa que lutou sempre por uma desigualdade de género. Ao longo da sua vida dedicou-se a usar as mulheres como objetos e isso viu-se claramente na sua campanha, a forma como foi confrontado com provas da comunicação social de referir diversas vezes, direta ou indiretamente, que mulheres são simples objetos para o usufruto do homem.

A falta de soluções da direita teve como consequência a vitória da extrema-direita.

Isto deve-se essencialmente ao enorme vazio estratégico que a Direita em todo o mundo está a criar, ganhando assim terreno a extrema-direita. Mas não se assustem, esta é a primeira de muitas grandes potências económicas a serem governadas por fascistas. Em Abril deste preciso ano haverá as eleições presidenciais na França. Ainda há dúvidas que Marine Le Pen será a próxima presidente da França? O Mundo está a mudar à nossa volta. Se a direita já não era solução, agora muito menos.

Os novos paradigmas são Esquerda ou Extrema-Direita. Neste momento há uma certa inclinação para o populismo fascizante da Extrema-Direita. Todavia, se a Esquerda for consequente com os seus princípios, não se deixando levar por leviandades egocêntricas megalómanos, poderá concretizar a defesa dos interesses das pessoas, a caminho de uma sociedade progressivamente mais justa, que culminará numa sociedade sem classes (sociais) onde “o bem estar social” seja o valor por excelência.

*Diogo Henriques - Estudante do Ensino Secundário

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