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“O Estado não pode entrar na clandestinidade em época de grave crise social”*

A candidatura de Manuel Alegre apresenta-se como a alternativa mais forte para vencer as politicas neoliberais nas eleições presidenciais.

O discurso proferido em Setúbal na passada sexta-feira fez claramente o confronto com as medidas conservadoras e recessivas defendidas e apadrinhadas por Cavaco Silva durante o seu mandato, ilustrou a grave crise social em que o país e a Europa se encontram, transmitiu uma clara mensagem de esperança e confiança, apontando a necessidade de se trilharem caminhos alternativos onde a saída da crise tem que passar pela exigência de que sejam aqueles que a criaram os responsáveis por pagá-la.

Os problemas do desemprego e da precariedade estiveram no centro da intervenção bem como a responsabilidade do Estado em intervir activamente como dinamizador das políticas de emprego público. “ O Estado não pode entrar na clandestinidade em época de grave crise social”, disse.

Manuel Alegre fez bem a comparação das lutas travadas pela sua geração onde o objectivo primeiro era o derrube do fascismo e citando Pepetela afirmou “Nós fomos uma geração de utopia” com os problemas dos jovens de hoje concluindo serem “a geração da precariedade”.

Por isso repudiou a perspectiva dos que acham, como Cavaco, que os seus problemas se resolvem com balofos apelos ao empreendedorismo, ao conformismo de terem de aceitar a inevitabilidade dos eternos estágios não remunerados, do trabalho sem direitos, ou da perpetuação do trabalho temporário.

Alegre fez o apelo certo. Um “Pacto de insubmissão contra este estado de coisas” “Contra a precariedade e a vida que estão a obrigá-los a viver”.

Mas também deixou claro no seu discurso que qualquer revisão constitucional com a pretensão da retirada de direitos sociais significa “ A revisão da nossa democracia, a revisão da nossa história, a revisão do nosso país”.

Creio que o desafio a Cavaco está lançado. Cavaco tem que clarificar que revisão constitucional irá assinar; se está de acordo com a revisão das leis laborais; se acha que o Estado Social deve ser diminuído e mais privatizações devem acontecer.

A Alegre cabe a responsabilidade de afirmar alternativas claras geradoras de confiança e esperança contra o candidato do capital.

A Alegre cabe a responsabilidade de congregar forças que se oponham aos pactos recessivos vindos de qualquer Sra. Merkel.

Um Presidente assim fará toda a diferença no xadrez político que nos querem impor.

Façamos crescer a onda!

* “O Estado não pode entrar na clandestinidade em época de grave crise social” afirmação de Manuel Alegre no jantar em Setúbal

Sobre o/a autor(a)

Dirigente do Bloco de Esquerda, funcionária pública.
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