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Uber explora trabalhadores, assinala relatório
Embora a Uber classifique os seus motoristas como trabalhadores independentes, não estando abrangidos pela legislação sobre o salário mínimo, Field pôde aferir que, na realidade, estes trabalhadores não têm quase nenhuma independência.
A Uber dita as suas condições de trabalho assim que fazem login, aumentou a sua comissão enquanto cortou as taxas que estes podem cobrar e impõe bloqueios do seu sistema se os condutores recusarem demasiados trabalhos. Estas condições, combinadas com as despesas com os veículos, necessárias para atender às exigências da Uber, está a traduzir-se em "salários cronicamente baixos" e insegurança.
Tal como assinala o The Guardian, no relatório Sweated Labour, Uber and the “Gig” Economy, Fields alerta que os contribuintes comuns estão a ser penalizados na medida em que as empresas daquilo a que os americanos chamam "economia colaborativa” (“gig economy” ou “on demand economy”), na qual as pessoas fazem predominantemente trabalhos ocasionais e de curto prazo, não assumem uma parcela justa dos riscos do negócio.
"Isto é o que pôs em causa as projeções do governo sobre as receitas dos impostos. Quanto mais trabalhadores forem empurrados para o autoemprego pouco remunerado e inseguro, menos serão os impostos para o resto do país. O relatório Uber mostra que esta forma de autoemprego não se limita a Hermes, mas é uma força motriz na gigante ‘gig economy’”.
O relatório, escrito pelo investigados parlamentar de Field, Andrew Forsey, aponta que Uber encheu o mercado com novos motoristas, aumentando a concorrência para os passageiros, pelo que os motoristas são forçados a trabalhar mais e mais só para manter os seus baixos salários.
Aqueles que assumiram dívidas para financiar os seus veículos veem-se agora obrigados a trabalhar cada vez mais para pagar os seus empréstimos e alimentar as suas famílias. O número de motoristas se sentem presos e têm pouca escolha senão trabalhar horas inseguras para atender seus empréstimos e alimentar suas famílias, diz. O número de licenças de motoristas privados licenciados pela Transport for London (TfL) quase duplicou em seis anos, de 59.000 em 2010 para mais de 116.000 em dezembro deste ano. A Uber diz que cerca de 40.000 motoristas trabalham para a sua plataforma no Reino Unido, com cerca de 30.000 na capital.
O deputado trabalhista exorta a Transport for London (TfL) e o Departamento de Transportes a exigir à Uber que deixe de explorar os seus trabalhadores antes de renovar a sua licença, que termina em 2017. Field quer igualmente que o governo reformar a lei do trabalho de modo a que estas empresas sejam obrigadas a garantir aos trabalhadores proteções básicas, incluindo o salário mínimo nacional.
A Uber, fundada em 2009 em San Francisco, tem gerado controvérsia em muitas das cidades onde opera, tendo sido proibida em algumas e provocando protestos e desafios legais noutras.
Em Londres, um grupo de 19 motoristas da Uber levaram a empresa a um tribunal de trabalho no início deste ano com a ajuda do sindicato GMB. Os motoristas argumentam que são falsos trabalhadores independentes e que têm direito aos direitos dos trabalhadores, incluindo o salário mínimo nacional. O tribunal decidiu a favor dos motoristas em outubro, contudo Uber anunciou que iria recorrer da decisão.
Comentários
Não se incOmodem que aqui em
Não se incOmodem que aqui em Portugal nós estamos muito contentes em andarmos a ser "explorados". Aliás prefiro trabalhar como uber do que ter um governo radical de esquerda.
A situaçao precária dos
A situaçao precária dos motoristas que trabalham com os parceiros da UBER em Portugal é igualmente grave. Trabalham a recibo verde e conduzem 12 horas, o que contraria os tempos de condução entre outras situações.
Essa Uber é uma Praga!!!
Essa Uber é uma Praga!!!
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