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Louçã: “PSD e CDS-PP fingem negociar com a troika”
Para Francisco Louçã, nos últimos dias assistiu-se a uma “espécie de negociação”, “uma encenação em que sucessivos dirigentes partidários, todos com cara de caso, se apresentaram perante a troika, o BCE, a Comissão Europeia e o FMI, como se estivessem a negociar em nome de todos nós”.
Para o Bloco, o país não precisa de encenação. “Não há três negociações”, enfatizou Louçã, perguntando a Paulo Portas “se ele acha que está mesmo a negociar em nome do país, a par de Passos Coelho que também acha que está a negociar, para além da terceira negociação que é a do Governo”.
Aliás, “é porque não há 3 negociações que Passos Coelho já veio dizer que o programa do PSD será o que o FMI decidir e já sabemos que o CDS fará o mesmo, e também, certamente, o Engenheiro José Sócrates”, acrescentou Francisco Louçã.
“Não há negociação nenhuma, há um fingimento e fingir é lamentável”, disse o coordenador da Comissão Política do Bloco, em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.
O dirigente bloquista argumentou que só o Governo tem “um mandato” para conduzir negociações e que “não pode haver três sedes a negociarem ao mesmo tempo”.
Francisco Louçã afirmou também que para o Bloco “responsabilidade é assumir pelo país a luta por uma alternativa”: “Dizem-nos que devemos seguir o exemplo da Grécia mas nós já sabemos qual é esse futuro – um ano depois da intervenção, a Grécia tem os juros dos seus empréstimos externos quase nos 20 por cento, tem mais desemprego, menos Estado social, privatizações em bens essenciais e perdas no serviços de saúde”. “Queremos soluções, não queremos desespero”, reiterou Louçã.
Bloco apresentará 20 medidas contra a política da bancarrota
O Bloco recusa as soluções contidas nas quatro versões do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), que têm uma “incidência desigual e injusta na sociedade portuguesa”, cobrando “oito vezes mais” aos trabalhadores e reformados “do que cobram ao sistema financeiro".
“Não podemos prosseguir por este caminho”, afirmou Francisco Louçã, e por isso o Bloco apresentará, nos próximos dias, 20 medidas concentradas sobre o que considera os três principais problemas do país, “o défice fiscal, o défice social e o défice de emprego”.
O objectivo é chegar a 16 de Maio (dia em que o ECOFIN irá reunir sobre a situação em Portugal) demonstrando que "há uma escolha possível nestas eleições, uma escolha que não seja só entre o deserto e o programa do Fundo Monetário Internacional, ou aceitar a bancarrota e a recessão”, explicou.
Francisco Louçã adiantou apenas uma das medidas que consiste na exigência de uma auditoria às contas externas da dívida pública e privada do país: “Temos de saber o que estão a exigir-nos que paguemos, com que juros e quem cobra”. “Não podemos aceitar o abuso e a agiotagem”, disse.
"Dia 5 de Junho, disse ainda, a decisão é entre a política da bancarrota - a dos partidos do arco do FMI, PS, PSD e CDS - e uma alternativa concreta, um governo de esquerda”.
O programa eleitoral do Bloco, que deverá incluir as medidas que começam a ser apresentadas na próxima semana – só deverá estar concluído após a Convenção Nacional do Bloco, a 7 e 8 de Maio, referiu Francisco Louçã.
Comentários
Gostava de perceber como o
Gostava de perceber como o doutor Francisco Louça faz futurologia... Pode estar contra e está no seu direito mas não faça julgamentos daquilo que não sabe. Se quer ser credível devia ser menos demagogo e optar por uma política de poucas mas sábias palavras.
Estive há momentos a ver a
Estive há momentos a ver a tvi: contabilizei 14 minutos de tempo de antena avulso para o cds e para o psd.
É verdade, vai ser um problema. Mas de facto não é novidade porque sabemos há muito tempo quem são os donos, que direcção vão escolher e que conteúdos e formas vão conseguir para melhor vender a ideia que pretendem.
Preocupa-me também (sinto) o sentido (forma/forma) de comunicação do bloco...
Caro Louçã, mais mau
Caro Louçã, mais mau trabalho. Não me parece que estes encontros com a troika tivessem negociações como objectivo, pelo que isto é demagogia.
BE e PCP desiludem de novo os seus 20% de eleitores. 1/5 dos eleitores portugueses ficou sem porta voz para o seu protesto junto da troika.
Reafirmo que neste momento se
Reafirmo que neste momento se trava uma "batalha" com carateristicas ideológicas marcantes.
É obvio que os orgãos de comunicação social estão a desempenhar o papel
que os seus proprietários desejam e pretendem. Convencer-nos que isto é de facto uma ajuda com uma pré negociação...mas NÃO É!
O bloco tem que melhorar a forma como pretende passar a mensagem, e muito sinceramente julgo que não está a conseguir.
Não defendo o centralismo democrático, bem pelo contrário, penso que devemos apoiar uma esquerda socialista libertada de complexos e preconceitos.
No entanto será sensato sugerir que os dirigentes do bloco utilizem todos o "mesmo dicionário", sejam persistentes e assertivos.
Se não existe negociação, então nenhum dirigente do bloco (nunca) deve utilizar essa palavra...
Estou inteiramente de
Estou inteiramente de acordo!
Sejam mais claros nas mensagens que querem - e devem - passar à opinião pública. Ouçam o que se escreve para verem que as pessoas não estão a comprender a vossa mensagem.Não falem só para vós.Assim não se ganham apoiantes.
Se o tempo de antena que dispõem é pouco, então têm de ser mais + precisos. Há muita coisa a dizer e a explicar, pois a informação que nos transmitem é completamente tóxica, mas o comum das pessoas acaba por não perceber a mensagem que querem passar.
Ouçam o povo, pá!
DEMAGOGIA? Os ilustres
DEMAGOGIA? Os ilustres comentadores oficiais do regime por acaso até não são mesmo nada nada demagogos...são cristalinos e transparentes. Para eles a moeda até só tem uma face.
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