Está aqui

Conselho de Segurança da ONU aprova zona de exclusão aérea na Líbia

Resolução autoriza “todas as medidas necessárias” para proteger a população civil contra as forças de Khadafi. Cinco países – incluindo China e Rússia, membros permanentes do Conselho – abstiveram-se. Bloco já se manifestou contra medida.
Combatentes rebeldes. Foto de Nasser Nouri

O Conselho de Segurança da ONU aprovou na noite desta quinta-feira uma resolução que estabelece uma zona de exclusão aérea na Líbia e autoriza “todas as medidas necessárias” para proteger a população civil contra as forças leais a Muammar Khadafi.

A resolução recebeu dez votos a favor e nenhum contra, mas cinco países - incluindo China e Rússia, membros permanentes do Conselho – abstiveram-se. Nenhum país votou contra. A expressão “todas as medidas necessárias” deixa em aberto uma eventual intervenção militar internacional, à excepção de uma invasão terrestre.

Acredita-se que os primeiros ataques contra a Líbia possam começar nas próximas horas e sejam realizados pelas forças aéreas da França e da Grã-Bretanha.

Os Estados Unidos defenderam uma acção mais contundente contra o regime de Khadafi, além das sanções que já foram adoptadas. Na Tunísia, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia inevitavelmente envolveria ataques contra as forças líbias e pediu que o Conselho de Segurança autorize ataques a tanques e à artilharia pesada de Kkhadafi.

A Líbia alertou pela TV que qualquer operação estrangeira contra o país vai expor ao perigo navios e aviões no Mediterrâneo. Antes, Khadafi ameaçara lançar uma ofensiva contra a cidade de Benghazi, reduto das força opositoras ao seu regime, afirmando que a "hora da decisão chegou" e exortando os opositores a largarem as armas, prometendo-lhes amnistia, mas afirmando que "não haverá misericórdia nem compaixão" com os restantes. As tropas de Khadafi estão a cerca de 130 km ao sul de Benghazi.

Bloco foi contra zona de exclusão aérea

Recorde-se que no Parlamento Europeu os deputados Miguel Portas e Marisa Matias votaram contra a zona de exclusão aérea. Miguel Portas explicou que a esquerda é “contra qualquer intervenção militar, incluindo a medida que lhe pode abrir as portas: a zona de exclusão aérea”. E deixou um alerta: “Nós temos a experiência, sabemos como começam as medidas militares e sabemos que elas nunca acabam quando começam”.

Miguel Portas - A Europa e a sublevação líbia - 2011/03/09

Termos relacionados Internacional
Comentários (6)