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Dono da Controlinveste acusado de ser "testa-de-ferro" de Isabel dos Santos

O recente investimento de António Mosquito para controlar um dos maiores grupos de comunicação em Portugal pode não ter passado de mais uma iniciativa da filha do presidente angolano para estender a sua influência nos media em Portugal.
António Mosquito protagonizou dois grandes investimentos em Portugal nos últimos meses, mas levantam-se dúvidas sobre de quem serão os milhões...

A denúncia é do África Monitor e foi relatada no site Maka Angola. Segundo aquela publicação, Isabel dos Santos terá optado "por não se apresentar como promotora" do investimento milionário no grupo de media que inclui o Diário de Notícias, Jornal de Notícias, TSF e outros órgãos de comunicação social. Em troca, António Mosquito teria direito a 10% do valor investido por Isabel dos Santos, que assim terá evitado “reações negativas internas” à “sua qualidade de grande investidora em Portugal”. Outra das razões para manter o nome da filha de José Eduardo dos Santos fora do negócio seria a de “não prejudicar a reputação [de Isabel dos Santos], que tem de selecionar oportunidades de investimento com base em critérios de pura racionalidade económica – ausentes no caso da Controlinveste”.

A notícia do África Monitor, assinada pelo seu editor Xavier de Figueiredo, adianta ainda que o mesmo estratagema foi utilizado para assegurar o controlo de dois terços do capital da construtora Soares da Costa, onde Mosquito foi apresentado como o autor do investimento de 70 milhões de euros.

Os dois negócios milionários do capital angolano foram protagonizados pelo Grupo António Mosquito, onde Isabel dos Santos detém 20% do capital e assume funções dirigentes. O site Maka Angola adianta que em Angola sabe-se que Mosquito não dispõe de capacidade financeira para investimentos desta dimensão e também que o empresário se tem deparado com importantes insucessos em algumas das suas principais áreas de atividades, como os automóveis - Mosquito é representante da Volkswagem e Audi em Angola - e até no petróleo.  

Isabel dos Santos foi considerada no ano passado a primeira bilionária africana pela revista Forbes, com uma fortuna avaliada em 3 mil milhões de dólares. Poucos meses depois, a Forbes publicou uma investigação sobre a origem da fortuna da filha do presidente angolano, que levantou muitas críticas por parte dos meios afetos ao regime de José Eduardo dos Santos. Em seguida, Isabel dos Santos estabeleceu uma parceria com a revista norte-americana para publicar a Forbes África em Português através da sua empresa ZAP, detida pela empresária e pela operadora de telecomunicações portuguesa Zon, que também foi adquirida por Isabel dos Santos.  

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