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Grécia: Médicos voluntários recusam prémio do Parlamento Europeu

Médicos da Clínica Comunitária Metropolitana de Helleniko, que prestam serviços de saúde gratuitos à população pobre, foram galardoados pelo Parlamento Europeu (PE) com o Prémio de Cidadania. Hoje, em Bruxelas, explicaram que recusam este prémio por causa da austeridade imposta ao seu país com a conivência da maioria do PE.

Os membros desta clínica social que dá apoio a quem não tem seguro de saúde e está afastado do acesso à rede pública consideram um paradoxo que uma instituição europeia lhes dê um prémio, uma vez que o travalho que desenvolvem tem como causa principal a austeridade imposta pelas instituições europeias. Nesse sentido, após várias discussões durante o verão, chegaram à conclusão que não o podiam receber.

Ao saberem da sua decisão, os serviços do Parlamento Europeu chegaram a dizer-lhes que, nesse caso, não iriam cobrir as despesas da sua viagem a Bruxelas. Em resposta, os elementos da clínica disseram que faziam questão em estar presentes e que podiam cobrir eles próprios os custos da deslocação. Mais tarde, os serviços do Parlamento Europeu responderam que pagariam as viagens, embora não pudessem ter direito à palavra na cerimónia.

Esta quinta-feira, os membros da clínica social de Helliniko foram mesmo a Bruxelas e deram uma conferência de imprensa ao lado de um eurodeputado do Syriza, denunciando que a posição oficial do Parlamento Europeu é “inaceitável e humilhante e só vem confirmar que fizemos bem em não aceitar o prémio”.

“Três milhões de pessoas sem cobertura médica vivem no nosso país sob a dureza e a miséria das políticas desumanas que são apoiadas pelas instituições da União Europeia”, dizem os voluntários em comunicado, concluindo que “esta Europa está a ser construída em bases que nada têm a ver com a democracia”.

Artigo publicado em InfoGrécia

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