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China: trabalhadores de fábrica de componentes da Apple fazem motim

Foxconn de Taiyuan encerrou durante um dia. Mais de dois mil protestaram nas ruas depois de um conflito que começou num dormitório da empresa. Houve pelo menos 40 feridos, e 5.000 polícias foram enviados para a cidade.
Mais de dois mil trabalhadores tomaram as ruas da cidade.

A fábrica da Foxconn em Taiyuan, na China central, reabriu esta terça-feira, depois de ter sido fechada pela administração devido a um tumulto que envolveu mais de dois mil trabalhadores e provocou ferimentos em pelo menos 40 pessoas. Cinco mil polícias foram enviados para a cidade.

A Foxconn produz componentes para empresas como a Apple, a Intel, a Microsoft e a Cisco, e ficou tristemente famosa pelas acusações de más condições de trabalho e superexploração que deram origem a uma onda de 14 suicídios em 2010. Na época, a empresa, de capital taiwanês, comprometeu-se a rever o número de horas de trabalho, os salários e as horas extraordinárias dos seus funcionários. Mas entrevistas feitas pela ONG Sacom (Estudantes e Académicos contra o mau comportamento das empresas) revelou que a promessa não foi cumprida, já que os trabalhadores continuaram a ser obrigados a fazer muitas horas extraordinárias, ao mesmo tempo em que permanece “um estilo militar de gestão”.

Em janeiro deste ano, cerca de 300 operários da fábrica da Foxconn em Wuhan ameaçaram cometer um suicídio coletivo caso os seus salários não fossem aumentados, e permaneceram no topo do prédio da fábrica durante dois dias, só desistindo devido aos esforços do presidente da câmara de Wuhan, que os convenceu a voltar para o interior do prédio.

O incidente desta segunda-feira terá começado com uma discussão entre trabalhadores nos dormitórios da empresa, que emprega 79 mil trabalhadores. Outra versão diz que o detonador da confusão foi a agressão de um guarda da empresa a um funcionário. Seja como for, o conflito extravasou para a rua, tornando-se, segundo testemunhas, num verdadeiro motim.

Geoffrey Crothall, porta-voz do China Labor Bulletin, um grupo sem fins lucrativos de advogados com sede em Hong Kong, disse ao The New York Times que os trabalhadores chineses têm vindo a ganhar força. “Estão mais dispostos a lutar pelos seus interesses, a enfrentar as injustiças”. A mesma fábrica fez uma breve greve no dia de pagamento em março.

Riot breaks out at Foxconn's Taiyuan plant (Part 1)

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