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Bloco dá voz a desempregados reais
O Bloco de Esquerda lançou esta sexta-feira dois novos outdoors sobre a temática do desemprego.
Para o Bloco, “o problema número um das pessoas reais é o emprego”, sendo que “o debate pré-eleitoral refletiu esse facto da pior maneira”.
“O desemprego real está em máximos históricos e o número de empregos recuou duas décadas em apenas 4 anos. A ação do governo faz a campanha da coligação PSD/CDS, optando pela falsificação e pela manipulação das estatísticas. Pelo seu lado, o PS enredou-se numa campanha que só não é anedota porque evidencia o resultado da falta de alternativas reais e diferenças de fundo com a direita”, acusam os bloquistas numa nota enviada à comunicação social.
Os bloquistas dizem não aceitar “a falsificação do desemprego” e que por isso pretendem “devolver a voz aos desempregados e às desempregadas reais; gente de verdade que dá a cara e conta o seu caso, único mas próximo dos de milhares de pessoas”.
O Bloco refere que “no centro da sua proposta programática está a resposta ao desemprego e aos desempregados reais” e que isso se refletirá nos comício de campanha, no confronto político e nos desafios que vai lançar às forças políticas e sociais.
Gente de verdade
Num cartaz figura o rosto de António José Baião, desempregado, com 60 anos. Tirou o Curso Geral Noturno (antigo 5ºano), um curso de aperfeiçoamento de Mobiliário Artístico (noturno) na Escola de Artes Decorativas António Arroio e uma formação especializada em programas de desenho informático no STTEI.
Começou a trabalhar aos 15 anos na Barral, um laboratório em Lisboa, onde arrumava medicamentos. Pouco tempo depois, passa a lavar carros num stand automóvel.
Em 1971, arranja emprego como aprendiz de desenhador na Ortécnica e começa a estudar à noite. Em 2006, após passar por vários ateliers de arquitetura e engenharia, onde assumia a função de desenhador projetista, começa a trabalhar na Cooperativa de Construção Nova União também como desenhador projetista.
Em janeiro de 2012 é despedido por extinção do posto de trabalho. A empresa, entretanto falida, fica-lhe a dever 5 meses de remuneração, referentes a 3 subsídios de férias e 2 subsídios de natal, bem como 1 mês de subsídio de refeição. António Baião é militante do Bloco em Loures.
Em março deste ano, após várias tentativas frustradas de encontrar emprego, acabou o prazo do subsídio de desemprego. Desde então, recebe cerca de 11,18 euros diários de subsídio social de desemprego, que findará em outubro do próximo ano.
No outro cartaz, surge o rosto de Sofia Luna, desempregada, 34 anos e mãe com um filho, licenciada em Educação Física, variante 1º ciclo com especialização em Educação Especial.
Ingressou no mercado de trabalho em 2004, confrontando-se permanentemente com empregos precários e o desemprego. O seu contrato de trabalho mais longo teve a duração de 1 ano.
Trabalhou num ATL e em Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) em diversas escolas públicas e privadas em Avis, Estremoz, Amadora e Lisboa. Entre meados de 2012 e o outono de 2013, período que coincide com a sua gravidez, não conseguiu encontrar qualquer emprego, ficando dependente da ajuda dos seus familiares.
No seu último emprego, que durou até junho deste ano, recebia 390 euros por mês, tendo que percorrer diariamente 70 km para ir de Estremoz, onde reside, para uma escola em Avis.
Atualmente, está desempregada e a frequentar o curso de Reabilitação Psicomotora na Universidade de Évora. Sofia Luna é também militante do Bloco em Estremoz.
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Legislativas: Manifesto Eleitoral do Bloco | 470.29 KB |
Comentários
Bons cartazes.
Bons cartazes.
Apesar da silly season, há que contrariar a propaganda deste governo de betos e de socio e psicopatas.
Eu também gostava de dar o meu testetemunho...
Não sou militante do Bloco de Esquerda. Sou simplesmente pela verdade e contra a hipocrisia. E na guerra dos cartazes que está a começar estes foram até agora os mais inteligentes.
Eu também gostava de dar o meu testetemunho de como tenho vindo a atravessar estes anos de chumbo. De como tive o meu apoio social, o subsídio de desemprego, a ser cortado "à cão" e de como me tenho vindo a tornar um pária nesta sociedade à custa do bullying fiscal. E de como já pensei em pedir estatuto de refugiado fiscal noutro país qualquer no qual um cidadão e a sua vida e obra tenham mais valor do que os números.
Cartazes
Parece esta ser uma aposta correcta e verdadeira do problema dos "cartazes".
A verdade terá que ser um princípio absoluto em política. Em toda ela, incluindo no que tem que ver com a recuperação da confiança dos cidadãos em relação à mesma, e aos seus agentes.
Cumprimentos,
PF
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