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Juros da dívida e PPP pagavam quatro vezes os cortes de salários e pensões

O Governo pretende pagar em juros da dívida e às Parcerias Público Privadas quase 9 mil milhões de euros. É mais do que a despesa total em Saúde ou Educação e o quádruplo do que Passos Coelho e Paulo Portas retiram aos salários e pensões no Orçamento para 2014.
Passos Coelho e Paulo Portas voltam a entregar a fatura da crise aos reformados e funcionários públicos, salvaguardando as rendas do sistema financeiro. Foto José Sena Goulão/Lusa

O Orçamento de Estado para 2014 prevê uma despesa de 7.239 milhões de euros só em juros da dívida no próximo ano, ou seja, mais do dobro dos 3,2 mil milhões do corte total de despesa do Estado anunciado esta terça-feira pela ministra das Finanças.

Quanto às Parcerias Público Privadas, a despesa a pagar aos bancos e concessionários dos setores rodoviário, ferroviário, saúde e segurança aumentará 52% no próximo ano, totalizando 1.645 milhões de euros. 

A soma das despesas com  juros e PPP é de 8.884 milhões de euros, o que corresponde a mais do que a despesa total consolidada em Saúde (8.203 milhões), em Educação (8.257 milhões) e muito mais do que a soma da despesa dos ministérios da Defesa, Administração Interna, Agricultura, Ambiente, Justiça e Negócios Estrangeiros (7.602 milhões), de acordo com os valores divulgados pelo Diário Económico.

O valor previsto da despesa com juros da dívida e as PPP daria para pagar quatro vezes os cortes que recaem sobre funcionários públicos e pensionistas, chamados a pagar mais de metade da redução do défice do próximo ano, num total de 2.211 milhões de euros retirados aos seus salários e pensões.

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