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Ofensiva israelita ultrapassa 600 mortos, um quinto são crianças

Segundo avança a ONU, 80% das vítimas em Gaza são civis. Israel bombardeia habitações, mesquitas, hospitais. Esta terça feira, o alvo dos seus ataques foi uma escola da ONU. O Comité de Solidariedade com a Palestina e o Grupo Acção Palestina apelam “a que os deputados portugueses se manifestem contra o massacre da população civil palestiniana e a ocupação da Palestina” e apoiem as condições da trégua propostas pelo Hamas.
Foto LUSA/EPA/MOHAMMED SABER.

Israel ataca escola da ONU

Esta terça feira, uma escola da agência da ONU para refugiados palestinianos (UNRWA) foi atingida por disparos israelitas atirados a partir de tanques militares no terreno, segundo anunciou a Agência da ONU para ajuda aos Refugiados Palestinos (UNRWA).

Em declarações à France Presse (AFP), um responsável pela agência afirmou que uma equipa da ONU estava no local na altura do ataque.

A agência Efe refere que a escola servia de refúgio para cerca de mil pessoas, contudo, não terão sido registadas vítimas, já que o diretor tinha ordenado a retirada das pessoas do local devido à falta de segurança.

As crianças são o principalmente alvo do massacre

Em 15 dias de conflito, a ofensiva militar israelita já causou mais de 600 mortos e cerca de 4 mil feridos. Entre as vítimas mortais encontram-se 121 crianças, 80 das quais com menos de 12 anos, segundo avança a Unicef. Esta agência acrescenta ainda que pelo menos 904 outras crianças ficaram feridas.

A Unicef calcula que cerca de 107 mil crianças de Gaza estão traumatizadas por sequelas dos bombardeamentos e da perda de familiares e das suas habitações.

Desde o início da operação, contam-se 27 mortes entre os soldados israelitas. Os rockets lançados pelo Hamas a partir da Faixa de Gaza terão causado ainda duas mortes entre os civis, um israelitas e um beduíno.

“Não há um único espaço que seja seguro para os civis” em Gaza

Ao arrepio do direito internacional, o Exército israelita prossegue com o massacre da população palestiniana, bombardeando dezenas de edifícios civis, mesquitas e escritórios de agências noticiosas.

Na segunda feira, o alvo da ofensiva foi um hospital. Deste bombardeamento resultaram pelo menos quatro mortos.

Já na terça feira, a par do ataque contra a escola da ONU, Israel lançou uma ofensiva contra o prédio da Al-Jazeera, obrigando os funcionários a fugir.

“Literalmente, não há um único espaço que seja seguro para os civis”, afirmou o porta-voz de Assuntos Humanitários da ONU, Jens Laerke.

Mais de 100 mil pessoas já foram obrigadas a deixar as suas casas. O porta-voz da UNRWA na região, Chris Gunness, alertou para o facto de os habitantes de Gaza não terem para onde ir, na medida em que o Egito fechou a fronteira. “Estamos a ser testemunhas de uma enorme e acelerada onda de refugiados devido à ofensiva terrestre israelita”, frisou.

O Hamas continua, entretanto, a lançar rockets que, na sua grande maioria, são imediatamente neutralizados pelo sistema anti-mísseis israelita.

Após o lançamento de um rocket para uma zona perto do aeroporto internacional de Ben-Gurion, em Israel, as grandes companhias aéreas internacionais como as norte-americanas Delta, American Airlines, US Airways e United Airlines; a francesa Air France e a alemã Lufthansa anunciaram a suspensão imediata de todos os voos para Tel Aviv.

Contra o massacre da população palestiniana

Numa carta enviada esta terça feira aos líderes dos grupos parlamentares, o Comité de Solidariedade com a Palestina e o Grupo Acção Palestina apelam “a que os deputados portugueses, seguindo o exemplo unânime do parlamento chileno, se manifestem contra o massacre da população civil palestiniana e a ocupação da Palestina e, tal como um conjunto de cidadãos israelitas o fizeram através de uma carta dirigida à UE, apoiem as condições da trégua propostas pelo Hamas”.

“A violência e a morte intensificaram-se nos últimos dias em Gaza, culminando num massacre, em nome de um direito de auto-defesa do Estado de Israel. Esta suposta ação de 'defesa' é na verdade um ataque indiscriminado e genocida à população civil palestiniana, que já matou em poucos dias centenas de civis - homens, mulheres e muitas crianças”, referem as duas organizações.

o Comité de Solidariedade com a Palestina e Grupo Acção Palestina Portugal defendem que “Portugal, como Estado democrático que aderiu à Carta das Nações Unidas e munido de princípios constitucionais de cariz humanitário, deveria usar todos os meios ao seu alcance para parar o crime de guerra que está a ser cometido pelo exército e o governo israelitas”.

“O parlamento português deveria recusar-se a que o povo português pactue pelo silêncio e a inércia com os massacres repetidamente cometidos em Gaza e de forma geral com a opressão de um povo cuja vida tem vindo a ser sequestrada pelos sucessivos governos de políticas sionistas devastadoras desde 1948”, acrescentam.

Esta sexta-feira, dia 25, as organizações vão juntar-se à concentração da CGTP, pelas 10h30, em São Bento, frente à Assembleia da República, “para apoiar a população de Gaza contra os massacres do exército israelita”.

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