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Um Rei na Assembleia da República: cenas de um país improvável
A visita de Filipe VI de Espanha, apesar de curta, cumpriu-se saborosamente, para glória do casal presidencial e deleite das revistas cor-de-rosa. A Caras conta-nos como, depois de discursarem na sala do Trono, Rei e Presidente se ofertaram aos convidados para o almoço de honra. De Pedro Santana Lopes a António Costa passando por Joana Vasconcelos e D.Manuel Clemente, poucos faltaram à chamada e até os Duques de Bragança ocuparam os seus lugares. Para a burguesia portuguesa, a decomposição avançada da monarquia espanhola não afetou ainda a sua função de afirmação elitista e entretenimento popular passageiro.
É, no entanto, assinalável que mesmo transformada em escaparate vazio do regime, a monarquia espanhola não esqueça as suas raízes de violência, com o novo Rei a relembrar o exílio no Estoril do seu avô, Juan de Borbón. O passado de negociações com a ditadura e as tentativas de ingresso no exército franquista durante a guerra civil deste monarca nunca coroado ficaram, claro, ausentes da missiva.
Que Cavaco Silva monte este circo não admira, quem governa Portugal há três décadas havia senão de tomar alguns tons de realeza. É na visita dos monarcas ao Parlamento que fica a maior mancha. É triste ver deputados do PS e do PCP a tomar parte no teatro de Assunção Esteves enquanto no Estado espanhol milhões de pessoas clamam pela República e pelo direito soberano de escolher os seus representantes. O Bloco foi o único partido que não integrou a comitiva de deputados que receberam Filipe VI na Assembleia da República.
A monarquia como sistema de governo reside no passado, avesso à democracia e fiel ao fraco ideal do poder por filiação. Não serve aos povos e é inaceitável como meio de subjugação. Mas Portugal é mesmo um país improvável. Em 40 anos de democracia, já tivemos um ditador a armar a tenda junto ao Forte de São Julião da Barra, os Açores a servir de covil aos senhores da guerra do Iraque, a troika a tomar de assalto o Terreiro do Paço, faltava-nos, pois, um Rei na Assembleia da República.
Comentários
Por acaso o Sr. vive em
Por acaso o Sr. vive em portugal no ano de 2014?
Não é preciso ser nenhum entendido em politica nem sosiologo para entender que ate mesmo o Sr. ja deve ter entendido que escreveu uma grande barbaridade.
Fique desde ja sabendo que mais vale um Rei que nasceu para governar i o vai ser a vida toda, sem pressa de enriquecer do que um politico que la vai esta meia duzia de anos e que vai tentar amealhar o maximo posivel.
Para não dizer mais, deixo aqui as palavras de outros. Exemplos de paises que estao na lista dos países com melhor qualidade de vida do mundo e vivem em morarquia.
olhemos para orelatório anual do “Economist Intelligence Unit” onde se pode constatar que apenas 25 países funcionam em plena democracia, estando a Noruega em 1.º Lugar e a Suécia em 2.º a Dinamarca em 4.º, a Nova Zelândia em 5.º, Austrália em 6.º, o Canadá em 8.º e a Holanda em 10.º, não constando a república Portuguesa desta lista de 25 países, no entanto entre os 10 primeiros, sete têm regimes monárquicos.
"Para concluir olhemos para o grau de contentamento relativamente à instituição monarquia, e verificamos que o grau de satisfação das populações locais relativamente ao regime é o seguinte: no Reino Unido 78% da população está satisfeita com a monarquia, na Holanda 75%, na Dinamarca 77%, Espanha (que apresenta uma recuperação de 8 pontos percentuais) 62%, na Bélgica 70%, no Luxemburgo 70%, no Mónaco 70%, na Noruega 82%, no Liechtenstein 70%, na Suécia 70% e no Japão 82% da população está satisfeita com a monarquia."
http://risco-continuo.blogs.sapo.pt/a-monarquia-como-sistema-de-governo-...
Quando se fala sem saber o que se esta a dizer mais vale estar se calado. Qualquer dia vem dizer que o comunismo é a politica do futuro e ja tem provas dadas de muito sucesso em outros países
Nunca se esqueça que a casa a
Nunca se esqueça que a casa a que o senhor chama de "Assembleia da República" foi de facto fundada em 1820 no reinado de Dom João VI e restaurada no reinado de Dona Maria II após a derrota dos Miguelistas, chamava-se "Cortes Gerais da Nação", um parlamento eleito um por sufrágio que, apesar de limitado, para época já era muito avançado, foram os primeiros pilares da democracia em Portugal.
Lembre-se também que se não tivesse havido o golpe republicano em 1910, provavelmente não teríamos tido uma ditadura de 48 anos, Portugal teria seguido o seu desenvolvimento natural, se calhar a guerra colonial nunca teria acontecido e hoje seriamos um país mais moderno, mais instruído e sobretudo mais democrático como acontece com as monarquias do norte da Europa que por certo são considerados dos países mais democráticos do mundo, onde os direitos humanos são melhor respeitados e onde existe maior Estado social, tudo de acordo com os ideais de esquerda.
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