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A lucrativa EDP nos bairros sociais
Os cortes de luz e os anunciados cortes de água são a face mais visível da crueldade social em que vivemos.
Ao não admitir que é impossível pagar esta dívida sem condenar o país à pobreza, este Governo continua com os cortes nos rendimentos e nas pensões sociais. O efeito imediato nas famílias, não só, mas especificamente as que vivem no Bairro do Lagarteiro, Cerco, Contumil e outros que já receberam “a visita” da EDP, acompanhada dum destacamento de número considerável de forças policiais, conhecem bem esse efeito.
Em cada redução nas suas pensões, reformas e ordenados, torna-se mais difícil conseguir pagar o amontoar de contas ao mesmo tempo que compram coisas básicas como comida. E é esse o relato das pessoas que vivem nessa situação. As tentativas de catalogar estas pessoas como criminosas é uma estupidez, especialmente quando estamos a falar de escolhas brutais como pagar a luz ou comprar medicamentos; pagar a água ou comprar comida para os filhos e/ou netos. É esta a crueldade social que a austeridade está a aumentar e tornar ainda mais brutal.
Neste cenário, é indescritível a reacção da Câmara Municipal do Porto, em especial do recentemente empossado Manuel Pizarro, vereador da Habitação e Coesão Social pelo PS. A reacção de quem foi empossado há uma semana foi : “Não tenho nada a dizer, não sou relações públicas da EDP". A mesma pessoa que há menos de uma semana disse: “Há muitas situações de pobreza extrema, designadamente as pessoas sem abrigo. Há muitos idosos a viverem isolados cheios de dificuldades. Não conseguiremos seguramente resolver todos os problemas, mas daremos o nosso melhor para que as pessoas possam viver com mais qualidade de vida e mais dignidade”. Ficamos entendidos sobre a questão da qualidade de vida e da dignidade.
Mas embora Pizarro não seja relações públicas da EDP, Rui Moreira parece ser. E sobre este assunto teve a insinuar que se trata duma perseguição, visto que teria apontado a zona oriental da cidade como prioridade. Além disso, relembra que a Câmara do Porto não é a titular dos contratos de electricidade e aponta que é necessário uma solução para situações futuras. Após esta reacção oficial, imagino que nada disto assegure seja o que for para qualquer pessoa visada por estas acções de corte.
Tendo em conta que em pelo menos um dos programas de Pizarro e de Moreira haviam propostas exactamente sobre os cortes de água e de luz, o que é que as pessoas a quem luz foi cortada e água alegadamente também será, podem esperar deles? Veremos, mas não é bom auguro o vereador responsável pela Coesão Social calar-se por não ser relações públicas da EDP.
Uma coisa é certa: posto isto, ninguém estranhará que aumentem as puxadas de eletricidade. Afinal, é da vida e da sobrevivência das pessoas que se está a falar.
Comentários
Como é que se faz uma
Como é que se faz uma "puxada"(tal como se faz na electricidade ou nos canos da àgua) para ao rendimento mensal?
Uma outra questão que era
Uma outra questão que era necessária dar muito mais ênfase, era a do aumento do IVA sobre o custo de electricidade de 6 para 23%, isto em Outubro de 2011, para logo em Janeiro de 2012(3 meses depois) verificar-se um aumento da electricidade em 4%. Ou seja 18% de IVA mais 4% de aumento do custo da electricidade dá no minimo 22%. Não haja dúvidas que esse "Pizarro" não deve ser muito diferente do "Conquistador" Castelhano da época dos descobrimentos.
Meus caros caros Senhores; era necessário reflectir e entender que um simples mendigo que pede esmola, e que de seguida, e assim que a obtenção de esmolas o permita, e quando esse mesmo mendigo usufrui desse dinheiro para obtenção das suas necessidades(alimentação,e outros), também paga IVA. Ou seja, todos pagamos impostos...
E porque não começar a ter uma nova perspectiva de visão sobre estes assuntos que nos afectam a "todos"?! Será assim tão dificil?!
Pois, eu sei, não nos afecta a todos...
Não gosto da EDP privatizda,
Não gosto da EDP privatizda, mas ainda não vi um carro que anda sem que alguém lhe ponha gasolina.
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