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Ao comprar dívida a juros de 7%, banca portuguesa ataca o país

Nesta quinta feira, Francisco Louçã acusou a banca portuguesa de estar a atacar o país através da especulação financeira. O dirigente bloquista salientou que os bancos portugueses emprestaram 350 milhões e vão cobrar 700 milhões de euros.
O livro "Os donos de Portugal" foi lançado esta quinta feira em Coimbra

“Quem paga o juro de sete por cento em 10 anos vai pagar o dobro do preço. Por isso é que ontem [quarta feira] emprestaram 350 milhões e vão cobrar 700 milhões por esse valor. Isso é uma forma de atacar o país”, frisou Francisco Louçã, em declarações à Lusa.

O dirigente do Bloco de Esquerda esteve nesta quinta feira no Teatro Académico em Coimbra para apresentar o livro “Os donos de Portugal”, de que é co-autor, e à margem dessa apresentação prestou declarações à agência de notícias.

Francisco Louçã afirmou: “Portugal vendeu com extrema dificuldade 1200 milhões de títulos de dívida pública, uma parte significativa (350 milhões) foi comprada por bancos portugueses a um juro de sete por cento, que garante que vamos pagar 700 milhões por termos pedido 350”.

O coordenador da comissão política do Bloco sublinhou que o Governo argumentou que a redução do abono de família, os cortes nos salários e o aumento dos impostos era para “ter um Orçamento que dava confiança e para baixar os juros da dívida pública”, no entanto “o que temos agora é juros cada vez maiores e perdemos o abono, os salários, os impostos e temos uma economia com mais desemprego e o escândalo dos despedimentos colectivos, como está a acontecer na Groundforce”.

Francisco Louçã afirmou ainda que a “economia portuguesa está numa situação dificílima porque vai utilizar uma parte cada vez maior dos impostos e mais impostos para pagar aquilo que não tem” e defendeu uma actuação diferente da Caixa Geral de Depósitos, que fosse ao encontro dos projectos das empresas e as ajudasse no objectivo de criar emprego, única forma de fazer a economia crescer.

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