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Socialismo 2013: Engole o teu piropo

O assédio só pode estar enquadrado na área na violência contra as mulheres, portanto da violência de género ou a violência machista, e será analisado como mais uma demonstração da relação de poder que a sociedade patriarcal estabelece. Por Adriana Lopera e Elsa Almeida.
Neste debate veremos como podemos fazer para visibilizar esta questão e a importância de agir sem fazer ouvidos moucos.

Nesta sessão do Socialismo 2013 (30 e 31 agosto no Liceu Camões, em Lisboa), duas ativistas feministas, Elsa Almeida e Adriana Lopera analisarão 5 aspectos:

1. O assédio só pode estar enquadrado na área na violência contra as
mulheres, portanto da violência de género ou a violência machista, e será analisado como  mais uma demonstração da relação de poder que a sociedade patriarcal estabelece.

2. O facto de o espaço público, neste caso a rua, pertencer de maneira diferente aos homens do que às mulheres, às quais lhe é reservado o espaço privado, o da casa, os filhos , as comidas…é parte fundamental deste problema do assédio.

3. A sexualidade, neste debate, não poderá ser esquecida, o homem é ensinado desde pequeno a ser sujeito sexual, a ter desejo, prazer, orgasmo e falar disto abertamente fazendo alegoria dos seus dotes de engate e não só.

Pelo contrário à mulher lhe é reservada apenas a possibilidade de ser objeto sexual, do homem, ser gira, arranjar-se para o homem a ver bonita, magra, mas não demais… desta forma o corpo da mulher está presente nas fantasias masculinas heterossexuais e na sua realidade, como algo que ele utiliza ao seu gosto e conveniência.

4. O Silêncio

O facto de o assédio nunca ser referenciado revela até que ponto está instituído que o piropo é inofensivo. A banalização destes comportamentos, tolerados acriticamente pela sociedade e assumidos como supostos atos de amor, sedução ou paródia, na leveza de uma comédia de costumes, reflete a normalização da ideia da mulher enquanto ser que está aí para cumprir o seu papel, ser vista e avaliada, tocada.

5. Dar Voz

Dar voz às mulheres é sem dúvida uma estratégia feminista que se opõe ao silenciamento patriarcal ou mutismo cultural das mulheres. A sociedade patriarcal e machista expulsou a voz das mulheres para fora do palco, temos de recuperar essa voz, essas vozes sem objetificá-las, dando-lhes a liberdade e o espaço para a revolta e para a construção de um outro mundo mais justo, onde a igualdade de género seja uma realidade que só se poderá construir com a emancipação das mulheres.

Neste debate veremos como podemos fazer para visibilizar esta questão e a importância de agir sem fazer ouvidos moucos.

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