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Bloco propõe ronda de negociação para governo de esquerda
Declaração da Comissão Política do Bloco de Esquerda 16 de julho de 2013
1. Portugal está a entrar na terceira semana de uma crise governamental e política sem solução à vista. Depois da demissão de dois ministros de Estado, de uma remodelação falhada e de uma iniciativa presidencial que estabeleceu a confusão, os cidadãos perguntam-se qual o destino do país e quem assume a responsabilidade por uma solução democrática que ponha termo ao pântano político para onde o país está a ser atirado.
2. Este curso desastroso deve ser interrompido. Dois anos de governo da troika demonstraram a insanidade de contas públicas arruinadas, de desemprego galopante, de colossais aumentos de impostos e de desrespeito pela vida das pessoas. Portugal precisa de uma solução democrática que liberte o país da austeridade.
3. Para assumir toda a sua responsabilidade por uma solução democrática, o Bloco de Esquerda propõe tanto ao PS como ao PCP a abertura de um processo de discussão e aprovação das bases programáticas de um governo de esquerda. Propomos que essas conversações se façam sem qualquer condição prévia e no mais curto espaço de tempo. A nossa responsabilidade perante o povo português
exige uma verificação séria da existência de condições para aquele programa.
4. São precisas soluções urgentes e nenhum esforço deve ser poupado para conseguir uma resposta à crise nacional. Na urgência, não há tempo a perder. Assim, estamos disponíveis para começar as reuniões de imediato. Registamos positivamente que, entretanto, a direção do PCP tenha proposto ao Bloco de Esquerda a realização de uma reunião.
5. A agenda do Bloco de Esquerda para estas rondas de negociação é clara: o Bloco empenha-se na construção de um governo de esquerda que termine a austeridade e o memorando, que consiga a reestruturação da dívida, mobilizando os recursos bancários, financeiros e fiscais necessários, e que recupere o rendimento perdido pelas pessoas.
6. Contribuímos assim para mudar o rumo da política portuguesa. Não há desculpas: agora, é na esquerda que está toda a responsabilidade de encontrar uma solução para libertar Portugal da troika e da crise.
Comentários
O país à muito que des_espera
O país à muito que des_espera por uma solução de esquerda e é com grande satisfação que recebo a notícia da tentativa de convergência sem primeiro 'armadilhar o campo' dos adversários.
O PS não pode ser atirado para o colo da direita por falta de parceiros e o bloco e o PC não podem, não servir para nada, pois é isso que acontecerá (e é avaliado pelos eleitores) se não falarem com ninguém, a não ser nas suas condições, que sabem impossíveis.
Se a esquerda não consegue por termo a um governo moribundo, serve para quê? Vamos lá a conversar e encontrar um máximo divisor comum, pois o país não aguenta mais esta austeridade e retrocesso civilizacional; os portugueses saberão premiar aqueles que fazem o sacrifício por todos nós, e o contrário também acontecerá.
Felicito-os por esta
Felicito-os por esta proposta. Urge fazer qualquer coisa, no campo da Esquerda. Não só porque a Direita não é capaz, mas também porque todos sabemos que nada de bom virá daquela gente, a não ser o aprofundamento da crise e a humilhante situação em que os trabalhadores portugueses são colocados, a carne para canhão, para aumentar o lucro do grande capital, na mais desenfreada ofensiva de que há memória, desde o 25 Abril. Aqui, como na Europa, a ofensiva só se poderá estancar se formos capazes de inverter a situação de austeridade. E tal só será possível com a conjugação de esforços à esquerda. O facto de até agora ainda não ter sido possível, não significa que não possa acontecer. Colocar de lado o que nos separa e trabalhar nas diversas vertentes em que todos acordamos, é uma emergência nacional. Será que há algum receio em falar de uma Frente Única, que ora pode ganhar um sentido patriótico, mas também internacionalista?
Coragem pede-se aos lideres da Esquerda, sabendo agora que vale a pena. E vale também a pena abrir os olhos, os ouvidos e o corpo todo aos sinais que anunciam um fascismo branco. Eles estão aí e a única hipótese de resposta será a unidade de esforços daqueles em que ainda depositamos alguma esperança e em quem votamos para a mudança que se impõe.
E que todas e todos aqueles que se revejam na mudança proclamem bem alto a sua indignação e a resistência à indiferença.
Amigos e Camaradas, estou convosco. Não tenho há muito tempo qualquer filiação partidária, mas estou consciente dos deveres de cidadania que implicam uma posição politica consciente e determinada.
Um grande abraço solidário!
O Bloco de Esquerda está a
O Bloco de Esquerda está a estilhaçar...A proposta de negociações com o PS para formar um governo de esquerda não é senão um belo anacronismo! A abertura ao diálogo não pode ter como ponto de partida a mentira, neste caso, a de que o PS é um partido de esquerda!
Eu penso que podemos dialogar com o PS ou outro qualquer partido para resolver um problema cuja orientação política seja comum ou muito semelhante, sendo que todos os partidos envolvidos devem explicar com clareza a sua agenda e, ainda, justificar a razão pela qual a construção de uma determinada proposta é uma mais-valia no sentido em que se aproxima significativamente dos seus ideais. Se o que está em cima da mesa é criar um governo de esquerda, então o PS não pode ser convidado na medida em que tem um historial de políticas de direita muito extenso...Já para não falar que defende o memorando da troika e está disposto a fazer parte do governo de salvação nacional proposto por Cavaco!
Esta decisão foi tomada, mais uma vez, em escrutínio secreto por parte da Mesa Nacional ou meia dúzia de dirigentes.Pois eu não recebi nenhum telefonema ou e-mail ou carta por correio azul e sou (ainda) militante do BE! Espero não ver notícias no site do BE, dizendo que a maioria dos militantes concorda com esta decisão. Por norma, quando há polémica relativamente a propostas duvidosas no sentido em que contrariam os princípios gerais do partido, aparece gente ilustre e luminosa a falar de maiorias e minorias que concordam ou discordam de algo como se houvesse referendos ou assembleias populares dentro do partido com base na democracia direta...
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