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Morreu o jornalista e escritor Guilherme de Melo

O jornalista e escritor Guilherme de Melo morreu este sábado aos 82 anos no hospital de São José, em Lisboa, vítima de um cancro. Foi uma das primeiras personalidades em Portugal a assumir publicamente a sua homossexualidade.
Foto de arquivo, Lusa (1995).

Nascido em Lourenço Marques (atual Maputo), no dia 20 de janeiro de 1931, Guilherme de Melo ingressou no jornalismo em Moçambique. Após ter-se mudado para Lisboa, em outubro de 1974, foi trabalhar para o Diário de Notícias, em 1976, onde terminou a sua carreira 20 anos mais tarde.

Escreveu dezena e meia de livros, como A Estranha Aventura: contos (1961), a sua primeira obra, e Menino Candulo, Senhor Comandante (1974), Os Leões Não Dormem Esta Noite (1989) e Crónicas de Bons Costumes (2004). Alguns dos seus livros versam sobre temas da vivência homossexual, como Sombra dos Dias (1981) ou Gayvota: um olhar (por dentro) da homossexualidade (2002).

Guilherme de Melo chegou, segundo divulga o dezanove (portal de notícias e eventos que reflecte o dia-a-dia da temática LGBT em Portugal e no mundo), a casar com uma mulher, mas solicitou a anulação do matrimónio por sentir que não podia viver senão como homossexual.

Numa entrevista ao jornal i, Guilherme de Melo afirmou que nunca conseguiu esconder a sua orientação sexual. "A maioria dos gays funciona em gueto. Eu nunca o consegui. Tanto que não pertenço nem à Opus Gay nem à Ilga nem a nada disso. Conheço e apoio, mas não pertenço", avançou, recordando que ele e o seu companheiro foram o primeiro casal homossexual a ir à televisão.

O programa, gravado em 1982, era dedicado à homossexualidade e contava ainda com a presença de um padre, um psicólogo e um psiquiatra e uma mãe de família.

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