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China acusa estado social europeu de tornar os trabalhadores preguiçosos

A China acusa os trabalhadores europeus de serem “preguiçosos” e “indolentes”. De acordo com o número um da agência chinesa de investimento no estrangeiro, que gere os mais de 400 mil milhões de dólares do Tesouro chinês investidos internacionalmente, a crise que se vive na Europa tem na sua origem um estado social demasiadamente generoso e em leis laborais muito permissivas.

As declarações de um dos homens fortes do regime do partido comunista chinês, surgem poucos dias depois deste país ter garantido que não irá investir um cêntimo na defesa do euro. De acordo com Jin Liqun, ex-ministro das Finanças da China, este país nunca colocará o seu dinheiro num fundo europeu enquanto a União Europeia não liberalizar ainda mais as suas leis laborais.

“Se reparar nos problemas que estão a afectar os países europeus, eles estão relacionados com o desgaste do estado social. As leis laborais estão desactualizadas e induzem a preguiça e a indolência em vez do trabalho duro. Se você olhar para os países europeus nas últimas cinco ou seis décadas, você vai perceber que este sistema terá que ser ajustado", disse Jin Liqun, em entrevista à televisão Al-Jazeera.

Se os europeus querem sair da espiral descendente em que se encontram, têm que deixar de “definhar na praia” e começar a trabalhar “no duro”, diz o ex-dirigente do Banco Asiático de Investimento.

Os cidadãos europeus tornaram-se demasiado dependentes das ajudas do Estado, não tendo estímulos para procurar emprego, e devem parar de olhar para fontes externas para enfrentar a crise da dívida que ameaça o euro, afirmou.

A China não autoriza sindicatos que não estejam dependentes do Partido Comunista Chinês, uma semana de trabalho pode ter mais de 60 horas em autênticos acampamentos militares e o salário mínimo, nas regiões industriais mais desenvolvidas, não passa dos 150 euros, um valor mesmo assim muitas vezes superior ao que é auferido pelo trabalhadores rurais. 

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