Paulo Cardoso

Paulo Cardoso

Analista. Membro do Bloco de Esquerda.


Como é que podemos estar descansados se assistimos estupefactos aos problemas ambientais, subjugados ao lucro? Dizem-se preocupados com o interior, mas o lucro manda mais e estão a matar o Alentejo!

No passado dia 25 de Abril, comemorámos a liberdade e logo a seguir, no 1.º de Maio, o trabalho com direitos. E enquanto defendermos Abril, não podemos deixar cair a Segurança Social, a última trincheira de um povo que quer ter futuro.

Refletindo um pouco é possível perceber que a abstenção não é sinónimo de crítica, mas sim, da falta de responsabilidade e coragem…

Perante a maior catástrofe ocorrida naquele país, a resposta internacional está a acontecer, mas a ONU, três semanas depois, afirma que a ajuda financeira às vítimas do IDAE é apenas de 11% das necessidades.

Em contraponto com o sangue derramado em guerras estúpidas, movidas por interesses económicos, os Dadores Benévolos de Sangue combatem numa outra frente sem tréguas e sem trincheiras para salvar vidas.

Tal como no tempo do império romano, hoje a tática é empobrecer e isolar a vítima para melhor dominar e saquear. A troika sabe-o perfeitamente.

Estamos perante um sistema repressivo que usa o desemprego como chantagem e a austeridade como arma.

O governo mostrou o mais completo desdém pelo espírito de coesão e solidariedade nacional e decidiu atirar o interior do país para o abismo.

Fui assistindo como técnico responsável, a algumas instalações eléctricas, com o objectivo de solicitar a certificação da instalação. Foi com muito espanto que fiquei a saber que este procedimento deixa de ser um requisito próprio de um país desenvolvido.