No exame nacional de ontem quem reprovou foi o Ministro da Educação. A sua teimosia, chico-espertismo e mau perder geraram o caos nas escolas e atiraram para o lixo a imagem de rigor científico com que sempre gosta de se apresentar.
As doze mil vagas negativas anunciadas no âmbito do concurso de professores são a confirmação da onda destruidora da escola pública “surfada” a todo o vento pelo ministro Nuno Crato. A educação é um não lugar para este governo.
O memorando da Troika apontava para a redução das verbas dadas aos colégios com contratos de associação. O FMI vem agora dizer o contrário. Em que ficamos?
O tão badalado sistema dual de ensino coloca a Alemanha como um dos únicos países europeus onde os mais jovens terão menos qualificações que os seus pais.
O investimento em educação cai a pique em Portugal, justamente um dos países mais atrasados no que diz respeito às qualificações escolares e ao combate à reprodução das desigualdades sociais. Os dados são da OCDE.
Vem agora o Ministro da Educação justificar o despedimento de milhares de professores com a redução do número de alunos. Uma análise cuidada dos dados disponíveis mostra como Crato suspendeu os seus dotes matemáticos para atirar areia para os olhos de todos nós e esconder a opção ideológica que o move.
O governo quer obrigar os professores a candidatarem-se a horários de 6 horas (com salários de cerca de 300 euros mensais) a 300km de distância da sua residência. Se recusarem a colocação, ficam impedidos de se candidatar durante um ano. Despedimento voluntário obrigatório?
Este sábado à tarde o Rossio será o ponto de encontro de muitos professores que, atirados para o desemprego, fazem muita falta às escolas. O protesto, convocado no facebook, é de todos/as, em nome da qualidade da escola pública.