Joana Mortágua

Joana Mortágua

Deputada e dirigente do Bloco de Esquerda, licenciada em relações internacionais.

As eleições gregas do passado domingo abriram uma enorme brecha no consenso austeritário que domina a Europa. Enorme, do tamanho do resultado do Syriza.

A alternativa política à esquerda emergirá de todas e todos quantos couberem numa aliança comprometida com uma oposição popular à intervenção externa, de uma ampla aliança pelo salário, o estado social e a democracia.

É inaceitável que o executivo de António Costa se desresponsabilize, num momento como estes, de fazer o que lhe compete: ficar do lado dos cidadãos.

Só o imperialismo pode aplaudir o linchamento de Khadafi.

A inevitabilidade é um muro de Berlim que nos impede ver o horizonte e o futuro, que não nos deixa ver caminhos alternativos. Ela é a narrativa mais poderosa de um sistema económico decadente.

Ao antecipar as eleições gerais espanholas para 20 de Novembro, Zapatero antecipa o fim do seu ciclo político e muito provavelmente a saída do PSOE do governo.

Esta economia doente e envenenada é um "sistema dual": de um lado os que lucram com a doença prolongada da economia; do outro, toda uma economia, milhões de pessoas que sofrem para beneficio daqueles.

Porque hoje é Sábado mas amanhã será Domingo. O amanhã, mesmo que uns não queiram, será um lindo dia, de todos os que esperam ver outro futuro raiar.

No final das contas, este é um mau acordo. O facto de ele se basear no PEC 4 não contraria esta ideia, só a confirma, e vem dar razão a quem sempre disse que os PEC’s eram o princípio da intervenção do FMI.

A actual geração de precários, a primeira condenada a viver pior do que a dos seus pais, dá hoje um passo determinado para a conquista do futuro, rebelando-se contra a violência da economia capitalista.