Joana Mortágua

Joana Mortágua

Deputada e dirigente do Bloco de Esquerda, licenciada em relações internacionais.

“Entra. Senta-te. Sabes quem nós somos? Nós somos o poder. Estamos nos grandes centros de decisão. Há séculos que vos controlamos, no trabalho, quando estão em casa, quando saem, controlamos tudo.” Começa assim o novo anúncio que a cada minuto invade as nossas televisões.

A decisão do Tribunal Constitucional vem provar que entre o povo e Constituição, é o Governo que está a mais e por isso deve sair imediatamente.

Olhando para o mapa europeu dos direitos LGBT parece que vivemos ainda no tempo das trevas. Que a França, país das luzes e da revolução, se tenha finalmente decidido a iluminar mais um pedaço deste escuro mapa é motivo para toda a Europa festejar os direitos conquistados.

Tudo o que nos foi tirado, terá de ser reconquistado, até essa ideia estapafúrdia de que a trabalho permanente deve corresponder um contrato permanente. Foi isso que milhares de precários quiseram fazer com a Iniciativa Legislativa de Cidadãos.

Este orçamento não convenceu nem Bagão Félix e não pode convencer ninguém. A austeridade falhou. Já não é uma questão de fé, daquelas em que se acredita ou não.

As eleições gregas do passado domingo abriram uma enorme brecha no consenso austeritário que domina a Europa. Enorme, do tamanho do resultado do Syriza.

A alternativa política à esquerda emergirá de todas e todos quantos couberem numa aliança comprometida com uma oposição popular à intervenção externa, de uma ampla aliança pelo salário, o estado social e a democracia.

É inaceitável que o executivo de António Costa se desresponsabilize, num momento como estes, de fazer o que lhe compete: ficar do lado dos cidadãos.

Só o imperialismo pode aplaudir o linchamento de Khadafi.

A inevitabilidade é um muro de Berlim que nos impede ver o horizonte e o futuro, que não nos deixa ver caminhos alternativos. Ela é a narrativa mais poderosa de um sistema económico decadente.