João Teixeira Lopes

João Teixeira Lopes

Sociólogo, professor universitário. Doutorado em Sociologia da Cultura e da Educação, coordena, desde maio de 2020, o Instituto de Sociologia da Universidade do Porto.

Neste país que acrescenta injustiça à desigualdade do nascimento importa defender com unhas e dentes as parcas sementes de uma violenta esperança.

O PCP escolheu, uma vez mais, falar para dentro em vez de lançar pontes para fora. Aliás, quando tem de escolher entre a ponte e a porta, o PCP escolhe a última e fecha-a com estrondo.

Quando Marisa Monte diz “a gente não quer só comida/a gente quer comida, diversão e arte”, só pode estar a delirar ou a sonhar e sonhar é algo bem acima das nossas possibilidades.

O governo de esquerda está na ordem do dia e corresponde às legítimas expectativas de muitos e muitas. Nesta questão importa antes de mais falar com clareza, para desfazer equívocos e apressar o caminho de uma convergência.

A confissão de Gaspar de que apenas está no governo para repor ao país o enorme investimento que este fez na sua educação é de uma enorme hipocrisia.

A direção do PS clarificou a sua posição. Certamente muitos socialistas se questionam sobre o absurdo dessa “abstenção alternativa” de que fala Zorrinho.

Dia 15 de Setembro é um passo que exige de concretização, abertura para escutar e conversar e muita perseverança, identificando o alvo principal.

O estado de direito não existe na Rússia, quando um tribunal decreta esta sentença ou quando um outro proíbe por 100 anos as paradas LGBT.

O algoritmo está a falhar. Gaspar não acerta uma. O caminho certo e sem alternativa revelou-se, como sempre o dissemos, a antecâmara do desastre.

Num indicador subjetivo como o da “satisfação geral com a vida”, os portugueses apresentam os mais baixos índices, só atrás da Hungria. O que significa desalento, sofrimento, infelicidade: a receita da troika para os nossos dias.