João Teixeira Lopes

João Teixeira Lopes

Sociólogo, professor universitário. Doutorado em Sociologia da Cultura e da Educação, coordena, desde maio de 2020, o Instituto de Sociologia da Universidade do Porto.

O apoio formal do PS a Alegre, se e quando surgir, virá mutilado e envenenado.

Longe vão os brandos costumes. A corrupção em Portugal é tudo menos branda e está indissociavelmente ligada à hegemonia do PS, PSD e CDS. O tristemente célebre arco governativo poderia apelidar-se, na verdade, de arco da corrupção.

Margaret Thatcher subiu ao poder em 1979 e ganhou o seu lugar no Olimpo com duas sentenças que são um vasto programa: "não há alternativa" e "a sociedade não existe".

O Partido Socialista parece temer a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a possível existência de um plano governamental para adquirir através da PT o grupo Media Capital e consequentemente a TVI.

O Bloco parece ser o único partido que não se embaraça com as próximas eleições presidenciais. Jogamos um jogo limpo e temos confiança. Não procuramos em Manuel Alegre as convergências programáticas que não temos. Sentimo-nos à vontade para assinalar discordâncias: as passadas e as futuras. Mas sabemos que Manuel Alegre não se candidata a Primeiro-Ministro.

Pacheco Pereira já disse e escreveu muitas barbaridades. É talvez o único intelectual de variedades português que se afirma pela sua construída aura de crítico maldito dos mass media (uma espécie de herdeiro tardio de Adorno e Horkheimer...), acumulando um valioso capital simbólico que lhe permite escrever e aparecer em dezenas de jornais, revistas e televisões, convertendo esse precioso carisma no não menos precioso capital económico.