Sabemos que o prazo de validade do Executivo terminou há muito, mas não é fácil arriscar palpites sobre a distância a que estamos do fim. E vários fatores determinantes para isso contribuem.
Nas cabecinhas brilhantes da nova e velha direita, o funcionário público é uma espécie de carraça que não deixa este nobre país crescer. Eis a direita justiceira.
O que o acórdão do Tribunal Constitucional devia desde logo levar-nos a concluir é que Portugal precisa mais do que nunca de uma profunda negociação da dívida. Este é o primeiro desenho que temos de fazer ao presente Executivo.
Mais do que saber se é do país A ou B, se anda de transportes públicos ou se é amante de futebol e de tango, importa saber se teremos um novo papa conservador ou reformista.
As pessoas, e não apenas os suspeitos do costume, parecem ter-se recordado que a democracia também se faz nas ruas, mostrando indignação, mostrando que se é exigente e que a vontade de mudança é uma arma que pode e deve ser mostrada.
E se os números das regiões mais afetadas demonstram que a corrida aos 20% de desemprego a nível nacional está ao rubro, Passos Coelho lá vai informando que tudo está “razoavelmente” de acordo com as previsões e que este aumento “é normal”.