Francisco Louçã

Francisco Louçã

Professor universitário. Ativista do Bloco de Esquerda.

Portugal tem solução? A nossa economia sobreviverá? Há respostas urgentes para a crise imediata? Devemos desistir do país? Toda a política está submetida a esta obrigação de respostas claras. De medidas consistentes, já.

Cuba vive a dificuldade das escolhas. E estes episódios recentes sublinham essa dificuldade.

Vital Moreira vem à carga. Em artigo publicado no Público explica aos ignorantes porque é que a União Europeia deve mesmo ter um visto prévio sobre os Orçamentos dos Estados.

O debate não é novo. E tudo nasce de muitos erros, e erros graves para o país.

Muitos comentários têm insistido no debate acerca da oportunidade ou não de investir no TGV. Volto agora ao tema, para sublinhar alguns tópicos e argumentos.

Ontem, à saída da missa, uma crente foi entrevistada por uma televisão acerca das palavras do Cardeal Patriarca, e explicou como via os casos de pedofilia: "todos somos pecadores".

O Programa de Estabilidade e Crescimento (2010-2013) representa a estratégia do governo e das políticas liberais em todos os domínios da vida social: redução de salários e subsídio de desemprego, desemprego estrutural acima de 10%, privatização extensiva dos bens públicos, agravamento da desigualdade fiscal, abandono do combate à pobreza e degradação dos serviços sociais. O Bloco de Esquerda tem agora e nos próximos anos um único objectivo: derrotar esta política para conduzir uma alternativa.

Terminado o trabalhoso processo de debate na especialidade, quero começar por uma palavra de agradecimento aos funcionários do parlamento, que foram excluídos de regras aceitáveis de contratação e que no entanto cumprem a sua função com exemplar dedicação à República, que todos temos que agradecer.

Nos primeiros dias do ano vão ser discutidos vários projectos de lei, em que se destacam o do PS e o do Bloco de Esquerda. O do PS reconhece o casamento, o que é um grande avanço (há seis meses o PS votou contra esse reconhecimento) mas impõe como contrapartida a proibição do acesso dos casais homossexuais à candidatura à adopção de crianças. O do Bloco não aceita essa proibição, que é de facto inconstitucional, dado que não pode uma pessoa ser excluída de acesso a acções institucionais por razão de orientação sexual. Vai ser assim criado um imbróglio jurídico que vai atrasar a legalização do casamento, porque o PS o quer misturar com uma disputa acerca da adopção, que naturalmente chegará ao Tribunal Constitucional.

Ontem à noite, meia hora antes da reunião do grupo parlamentar do PS, a agência Lusa divulgou notícia de um anónimo dirigente da bancada indicando o voto contrário a todas as propostas que o Bloco de Esquerda traz ao parlamento para o combate à corrupção. Segundo se percebe pela imprensa, o governo manda votar contra por duas únicas razões.