Francisco Louçã

Francisco Louçã

Professor universitário. Ativista do Bloco de Esquerda.

O problema é que há, entre os proponentes do RBI, quem faça contas. Muitos liberais estão entusiasmados com a ideia e ela já foi proposta em congressos do PSD com uma implicação lógica, damos este dinheiro e cortamos despesas do Estado. É um mau negócio.

Quem participa no Rendimento Básico Incondicional, como participa, quanto tempo dura, quais são os protocolos, os incentivos e os critérios de avaliação da “experiência”, isso fica no segredo “cientista”.

O que aqui está em causa é a democracia, que deve significar responsabilidade, acesso livre e transparência de regras, tudo o que agora ficou suspenso e submetido no assalto.

Ao longo deste século, o imobiliário foi o farol da especulação e o epicentro da crise mundial de 2008 e da recessão que se lhe seguiu, em que bancos caíram como castelos de cartas e os estados se endividaram para os proteger. Agora, regressa ao centro das atenções e pelos piores motivos.

Jerónimo de Sousa lidera o PCP, encabeça a sua lista eleitoral e será a sua voz. É por isso estranho que se recuse a participar na maior parte dos debates televisivos das eleições.

Para chegarmos à média dos países equivalentes precisaríamos de mais 30 mil enfermeiros. Faltam nos serviços, nos centros, nos cuidados continuados, nos lares. E faltam médicos em todo o lado.

O crescimento dos preços da energia e a recuperação do consumo reprimido nos últimos dois anos gerou inflação. Já nos tínhamos desabituado disto nas últimas duas décadas.

Ao defender um imposto sobre as heranças ou o agravamento da tributação sobre o imobiliário, a OCDE propõe elevar o tributo aplicado ao património, que no nosso país é dos mais baixos da Europa.

Temos a carinhosa ‘bazuca’ e a recuperação económica, tivemos a compra conjunta de vacinas e, finalmente, temos alternância em Berlim, mas a UE perde peso na política mundial.

Há uma razão para a pressão tão arrogante da OCDE, como também para a submissão de vários governos à sua agenda: o que estes “peritos” nos dizem é que há uma prioridade acima de todas, reforçar a disciplina social e a subjugação do trabalho. É só isso que está em causa.