Francisco Louçã

Francisco Louçã

Professor universitário. Ativista do Bloco de Esquerda.

Está a ser investigado se foram causadas 11 mortes por alegada negligência do INEM, ou insuficiência de meios. Quando houve uma morte em circunstâncias dificilmente comparáveis, a direita exigiu a demissão de Marta Temido e esta saiu. Agora que houve 11, resta concluir que é menos do que uma.

Em nome da fantasia de um exército de robots obedientes a algum grande educador do proletariado, a esquerda conservadora propõe na Alemanha a deportação de imigrantes.

Haver um presidente fascista é já um passo importante para o abismo, um ponto de partida que torna imprevisíveis as suas acções. Para Trump, só existe a lógica superior de subordinar a política à manutenção do seu próprio poder.

Este Orçamento era um manifesto eleitoral, servia para ser exibido na campanha em janeiro e, se tem de ser aplicado, fica curto de verbas e de razões. Não tem dinheiro, o que é que não perceberam?

No recente Fórum da Cooperação Sino-Africana, Jinping prometeu que nos próximos três anos a China aplicaria cerca de 50 mil milhões de dólares em três anos em África, seja em investimentos diretos (um quinto desse valor) ou em empréstimos e donativos. 

Para o governo, todo o estratagema orçamental era fácil, bastava seguir o guião de António Costa em 2022: primeiro, afirmar que o país sofrerá horrores se houver uma crise e eleições; depois, que o PRR estará em causa e que a chuva de dinheiro secará... Montenegro seguiu o roteiro ao milímetro.

No Fórum Socialismo de 30 deagosto a 1 de setembro e Braga, Francisco Louçã parte da compilação de lendas para discutir a "tripla aventura" que o orientalismo foi para a Europa dos séculos XVIII e XIX.

A finança-sombra já voltou a dominar a criação de crédito e o BES foi simplesmente substituído por outros agentes.

Rebelde que nunca se vergou, as suas convicções não mudaram com o ar dos tempos ou das conveniências.

O tom desta eleição europeia foi dado na semana passada quando o partido de Mark Rutte, o VVD, aceitou integrar a coligação governamental chefiada pela extrema-direita holandesa. Note-se bem neste facto: os liberais não só se aliam com a extrema-direita, como aceitam ficar sob sua tutela.