À Antena 1 Açores, Pedro Neves, deputado regional do PAN, vinca que não será o seu partido a provocar eleições antecipadas nos Açores.
Depois de ser conhecido que Bloco de Esquerda e Partido Socialista vão votar contra, para que o programa do Governo Regional seja aprovado é preciso que Chega e PAN se abstenham ambos.
O dirigente do PAN disse que “vai haver a análise da parte obviamente do gabinete do PAN, mas também depois da direção regional e iremos tomar obviamente ilações e depois uma tomada de decisão relativamente ao nosso sentido de voto. Seja como for, não será o PAN, com imaturidade política, dentro de qualquer documento que é bastante relevante não só para a Assembleia Regional mas também para todos os açorianos. Acho que todos os açorianos já estão fartos neste momento de campanhas e ir a eleições (sic)”.
Há três dias, as declarações à Lusa eram diferentes. Depois da tomada de posse do Governo Regional, o dirigente do PAN já garantia que o partido “não vai ter imaturidade política” mas ainda afirmava: “agora vamos esperar obviamente pelo Programa do Governo que vai ser bastante importante para nós sabermos para onde este Governo quer ir nos próximos quatro anos e daí fazermos a nossa avaliação”. Assegurava então que “ainda não há documento. Só há discurso. E, por isso, obviamente não tomei nenhuma decisão”.
Na mesma ocasião, o deputado regional do Bloco de Esquerda, António Lima, clarificava a sua posição salientando que no discurso de tomada de posse “não ouvimos qualquer tipo de solução nova” para problemas como a crise na habitação, o subfinanciamento do Serviço Regional de Saúde, ou o aumento do custo de vida. Apenas “discursos e apelos constantes à estabilidade que indiciam que o governo e o presidente têm muito pouca confiança no seu próprio futuro”.
Para este partido, trata-se “um governo claramente de continuidade” contra o qual se posiciona. E, quando se esperava que apresentasse “uma solução de governo estável para os Açores”, “aquilo que traz a coligação e a direita, que é maioritária no parlamento, é insegurança, é incapacidade de apresentar uma solução de futuro para os Açores”.
António Lima concluía então “quando um governo acaba de tomar posse e a tónica geral do seu discurso é apelar à estabilidade e à responsabilidade, quer dizer que para o país, da mesma forma, a direita não é solução para formar uma solução de governo estável e que responda essencialmente aos problemas do país”.