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"A vossa luta quando traz dignidade para uns traz para todos”

Catarina Martins afirmou também que foi um “passo de gigante” a aprovação no orçamento do Estado do reconhecimento do desgaste rápido do trabalho nas pedreiras e apontou a necessidade de se vir a reconhecer como de desgaste rápido o trabalho noturno e por turnos.
Catarina Martins apontou a necessidade de se vir a reconhecer como de desgaste rápido o trabalho noturno e por turnos - Foto de Paulete Matos
Catarina Martins apontou a necessidade de se vir a reconhecer como de desgaste rápido o trabalho noturno e por turnos - Foto de Paulete Matos

Num almoço com centenas de trabalhadores das pedreiras, para comemorar a vitória obtida por estes trabalhadores, a coordenadora do Bloco afirmou: "O que foi aprovado agora no Orçamento do Estado é um passo de gigante", explicando que "agora, alguém com 50 anos, que trabalha nas pedreiras há 30 anos, pode reformar-se a partir dos 50 anos. Foi possível reconhecer-se o desgaste rápido da profissão e os anos que trabalharam terem o reconhecimento devido para o acesso à reforma mais cedo".

No almoço participaram além da coordenadora do Bloco de Esquerda, os deputados José Soeiro e Maria Manuel Rola.

Catarina Martins agradeceu a luta dos trabalhadores das pedreiras, que começou com uma petição que entregaram no parlamento, e salientou que com essa luta foi possível aprovar o mesmo estatuto de desgaste rápido para os trabalhadores das lavarias das minas, que lutam por isso há muitos anos, e foi possível também reconhecer o desgaste rápido para os bailarinos.

"A vossa luta quando traz dignidade para uns traz para todos. É essa a grande lição. É isso que o nosso país tem de ver nessa luta extraordinária", realçou a dirigente bloquista.

"Reconhecer como de desgaste rápido o trabalho noturno e o trabalho por turnos”

"Agora, no parlamento, temos um outro debate a fazer, que é o debate para reconhecer como de desgaste rápido o trabalho noturno e o trabalho por turnos” avançou Catarina Martins, lembrando que “tanta gente neste país trabalha por turnos, tanta gente neste país trabalha à noite" e salientando que esse tipo de trabalho "faz tão mal à saúde de cada um, de cada uma, à família e à capacidade de nos organizarmos".

No início da sua intervenção, Catarina Martins lamentou a queda do helicóptero do INEM, que “vitimou quatro pessoas que todos os dias dedicam a sua vida a salvar outras". "Queria começar por mostrar o nosso pesar pela perda das vítimas e enviar as nossas condolências à família, aos amigos e a todo o INEM e parabéns pelo trabalho que fazem e saberem que somos solidários neste momento de pesar", afirmou a coordenadora bloquista.

"Por cada dois anos de trabalho efetivo, os trabalhadores passam a ter um ano de antecipação da sua idade da reforma"

Antes de Catarina Martins tinha discursado o deputado José Soeiro, deixando indicações mais concretas sobre o novo regime de aposentação dos trabalhadores das pedreiras, refere a Lusa.

José Soeiro - Foto esquerda.net
José Soeiro - Foto esquerda.net

"Por cada dois anos de trabalho efetivo, os trabalhadores passam a ter um ano de antecipação da sua idade da reforma", assinalou José Soeiro, que referiu que quem tem 20 anos de trabalho pode reformar-se aos 56 anos e cinco meses e quem tiver 30 anos de atividade poderá reforçar-se aos 51 anos e seis meses, sem penalizações.

José Soeiro lamentou que se mantenha a penalização do fator de sustentabilidade da Segurança Social aos trabalhadores abrangidos pela antecipação da reforma. "Nós ainda estamos a tentar acabar com esta penalização", sublinhou.

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