No manifesto da 3.ª Marcha de Viseu Pelos Direitos LGBTI+ (disponível para subscrição aqui), a organização do evento refere que “atravessamos tempos difíceis que afetam em particular todas as pessoas que já se encontravam em situação de risco e de precariedade, muitas das quais invisíveis na sociedade, realçando a sua vulnerabilidade e invisibilidade num mundo pandémico”.
No documento é ainda assinalado que, “sendo esta uma luta internacional, não podemos ficar indiferentes ao que se passa no resto do mundo”, e é dado o exemplo, entre outros, dos países em que a homossexualidade continua a ser condenável com pena de prisão ou mesmo de morte. A ascensão da extrema-direita e dos e ideais fascistas/nacionalistas na Europa, Brasil ou EUA e a “contínua perpetuação do sistema neoliberal que impõe uma sociedade heteronormativa, branca e patriarcal” impõem também uma defesa intransigente dos direitos LGBTI+ e uma luta diária “pela liberdade e igualdade de toda a gente”.
“Vivemos tempos perigosos que têm levado ao perigo de discursos, por exemplo, homofóbicos, machistas, racistas e xenófobos; ao ataque das manifestações LGBTI+ por uma supremacia heterossexual, fanática, racista, xenófoba e misógina; à perseguição e guetização das pessoas LGBTI+ em massa”, lê-se no manifesto.
Os ativistas fazem um “apelo à interseccionalidade nos discursos e forças políticas pelo zelo das relações sociais, da promoção da participação cívica na arena dos direitos sexuais, de um ativismo que promova os direitos sociais”.
“É preciso consciencializar e construir uma sociedade solidária, cooperativa e não individualista. Esse passo tem de ser dado na escola, que deve ser um espaço político e social, que contribua para práticas igualitárias e de espírito crítico”, defendem, reivindicando uma sociedade Feminista, LGBTI+, Ecologista, Antirracista, Antifascista, Democrática, Inclusiva e Participativa.