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Violência doméstica aumentou no Porto

No primeiro semestre de 2010, o Centro de Atendimento da UMAR na cidade acompanhou 64 mulheres vítimas de violência, com 81 filhos dependentes, num total de 145 pessoas.
Ilda Afonso atribuiu este aumento de denúncias ao período de férias, em que o agressor passa mais tempo em casa.

Ilda Afonso, responsável pelo Centro de Atendimento a Mulheres Vítimas de Violência da UMAR, no Porto, disse esta sexta que o número de casos de violência doméstica aumentou de forma significativa nos últimos dois meses.

Em declarações à Lusa, Ilda Afonso atribuiu este aumento de denúncias ao período de férias, em que o agressor passa mais tempo em casa, como também ao elevado número de notícias sobre homicídios de mulheres.

“Talvez devido ao receio de que lhes possa acontecer o mesmo, as vítimas decidem denunciar e fugir da situação”, explicou a responsável.

Pela primeira vez desde que abriu, há cerca de um ano, este centro de atendimento do distrito do Porto confrontou-se com “o caso de uma mulher a necessitar de acolhimento e não conseguiu vagas em nenhuma das 36 casas de acolhimento espalhadas pelo pais. A situação acabou por se resolver de outra maneira”.

Segundo explicou, além das denúncias, este mês chegaram também vários pedidos de outras instituições de solidariedade social a solicitar acolhimento para mulheres.

Apesar da dificuldade em encontrar vagas em casas abrigo, Ilda Afonso considerou que as que actualmente existem são suficientes, referindo que “o que falta são respostas intermédias e imediatas”.

“As casas abrigo deveriam ser utilizadas apenas nos casos em que a mulher corre risco de vida e não como a única solução, porque muitas vezes não há necessidade de deixar os empregos, as escolas dos filhos para irem para um sítio que não conhecem e começarem uma vida de novo”, disse.

No primeiro semestre de 2010, o Centro de Atendimento da UMAR no Porto acompanhou sessenta e quatro mulheres vítimas de violência, com oitenta e um filhos dependentes, num total de 145 pessoas.

Os maus tratos físicos mais frequentes são as bofetadas, empurrões, pontapés e murros. Quatro utentes foram vítimas de tentativa de homicídio e oito de tentativa de estrangulamento.

Os insultos, as ameaças, as humilhações, os gritos e a destruição de bens são os maus tratos psicológicos mais frequentes. Dezoito utentes receberam ameaças de morte e três utentes foram ameaçadas com arma.

A rede nacional de casas abrigo foi criada em 2000 e conta actualmente com 36. Estas unidades residenciais destinam-se a proporcionar acolhimento temporário a mulheres vítimas de violência doméstica acompanhadas ou não de filhos menores.

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