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Vida sedentária pode levar à perda de memória

Estudo mostra que passar demasiado tempo sentado pode levar à perda de massa em regiões do cérebro relacionadas com a memória, além de provocar problemas metabólicos e cardíacos.
Pessoas que passam muitas horas sentadas têm menos massa na região do cérebro responsável pela criação de novas memórias. Foto de Sofas And Stuff/Flickr.

Um estudo preliminar conduzido por investigadores da Universidade da Califórnia (UCLA) mostra que passar demasiado tempo sentado está relacionado com alterações numa parte do cérebro que é crítica para a formação de novas memórias, o lobo médio temporal. 

Os investigadores detetaram, em pessoas que passam muitas horas sentadas, uma perda de massa nesta região do cérebro, que, explicam em comunicado de imprensa, pode ser um percursor de declínio cognitivo e demência em pessoas idosas e de meia idade. Desta forma, reduzir os hábitos sedentários desta população pode ser uma forma de melhorar a saúde do cérebro de pessoas com risco de Alzheimer, anunciam os cientistas.

Estudos anteriores já tinham demonstrado que um estilo de vida sedentário aumenta o risco de doenças cardíacas, diabetes e, em última instância, podem levar a uma morte prematura. Este grupo de cientistas da UCLA, liderado pela investigadora Prabha Siddarth, especialista em bioestatística, pretendia estudar de que forma o sedentarismo influencia a saúde do cérebro.

O estudo foi publicado na revista científica PLOS ONE esta sexta feira e os investigadores fizeram uma ressonância magnética a cada participante, que lhes permitiu terem uma visão detalhada do lobo médio temporal, a região do cérebro que se pensa ser responsável pela formação de novas memórias, de cada pessoa. 

O resultado do estudo permite concluir que o comportamento sedentário permite prever, de forma estatisticamente significativa, a perda de massa do lobo médio temporal. Além disso, manter uma atividade física, mesmo que de forma intensa, é insuficiente para recuperar dos efeitos negativos de se estar sentado por períodos de tempo demasiado longos. Porém, os investigadores salientam que este trabalho não prova que estar sentado por períodos de tempo demasiado longos provoca uma perda de massa nas estruturas cerebrais, mas sim que passar mais horas sentado está associado com regiões cerebrais com menos massa.

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