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Vice-Presidente da Câmara de Mação confirma denúncias do Bloco
Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da Câmara de Mação queixa-se da recusa de financiamento, através dos fundos comunitários, da construção de faixas de gestão de combustível e de sinalética.
As candidaturas apresentadas pelo município de Mação incidiam, essencialmente, na limpeza em cerca de 600 hectares, “em zonas estratégicas do território, junto a estradas alcatroadas ou outras zonas sensíveis, com o objetivo de criar condições para conter incêndios florestais”, explicou. Mas chumbaram.
Já este mês, dois grandes incêndios vieram devastar cerca de 27.500 hectares do território do concelho. “Devem sobrar cerca de 12.000 hectares, o que faz com que Mação seja o concelho com mais área ardida de todo o país”, sublinhou o autarca e também presidente do Fórum Florestal Nacional.
Na semana passada, o Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre a não aprovação de candidaturas ao PDR (Programa de Desenvolvimento Rural) para intervenções silvícolas de controlo da vegetação, desbaste e correção de densidades em áreas incluídas nas ZIF (Zonas de Intervenção Florestal), operações consideradas essenciais para prevenção e aumento da resistência da floresta aos incêndios.
A rejeição de inúmeras candidaturas ficou a dever-se, fundamentalmente, à “falta de dotação orçamental”. Isto apesar de um dos maiores problemas da floresta ser, precisamente, o fraco investimento nas medidas de prevenção e de ordenamento florestal.
António Louro critica os enormes atrasos na resposta as candidaturas apresentadas pelo município do Médio Tejo e o chumbo final. “Andámos aqui de trás para a frente com candidaturas feitas há dois anos e meio, ao nível da defesa e proteção da floresta, como faixas de gestão combustível na rede primária, construção de faixas de gestão combustível na rede secundária, para apoio à primeira, e depois de um ano e meio à espera de resposta dizem-nos para reformular tudo, e depois responderam-nos, há cerca de quatro, cinco meses, que as candidaturas foram avaliadas com nota 10, entre 20 valores possíveis. Significava isso que tudo era chumbado, como acabou por suceder”.
Ao esquerda.net, o deputado bloquista Pedro Soares considerou “lamentável que o Governo não aprove projetos, muito importantes para a gestão florestal e para a prevenção de incêndios, por falta de orçamento, ao mesmo tempo que disponibiliza 9 milhões de euros do mesmo PDR para a plantação de eucaliptos”.
A propósito da tomada de posição do Bloco, o ministério de Capoulas Santos veio acusar o partido de uma suposta ”incorreta perceção da realidade”. Mas, entretanto, já admite reforçar o financiamento destas operações “no quadro da reprogramação do PDR 2020 que deverá ter lugar no último trimestre de 2017".
Comentários
· A floresta não se
· A floresta não se limpa, gere-se;
· Para gerir a floresta é preciso cadastrar todas as parcelas;
· Só uma pequenina parte do território rural continental está cadastrado;
· Que se identifiquem todos os proprietários das parcelas rurais, e o que nelas se cultiva;
· Que se legisle rápido para que as parcelas abandonadas e as que não têm massa crítica passem a ser geridas por associações de agricultores, associações florestais, etc., onde os proprietários serão sócios com quotas proporcionais ao valor patrimonial das suas parcelas;
· As associações gerirão as parcelas de acordo com a lei e com o estado da arte da engenharia.
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