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Venda da Dielmar adiada novamente

A proposta da Valérius não foi aceite pelos credores do Estado depois de surgir um novo concorrente à aquisição da empresa.
O pedido de empréstimo bancário de dois milhões de euros da Outfit 21 para avançar com a proposta foi já chumbado, pelo que não há garantias da sua capacidade financeira para avançar com a proposta.
O pedido de empréstimo bancário de dois milhões de euros da Outfit 21 para avançar com a proposta foi já chumbado, pelo que não há garantias da sua capacidade financeira para avançar com a proposta. Imagem via Beira Baixa TV, Facebook.

A última assembleia de credores tinha decido na semana passada aceitar a proposta do grupo têxtil Valérius, que tinha entrado no processo a convite do Governo. No entanto, dois credores ligados ao Estado, a Segurança Social e a Caixa Geral de Depósitos, abdicaram de se pronunciar a favor da proposta, uma vez que surgiram novas ofertas pelo ativo da empresa insolvente.

A Valérius oferecia 250 mil euros pelas marcas, máquinas, matéria-prima e produto acabado, prometendo contratar 200 dos 250 trabalhadores para uma nova unidade, que funcionaria no mesmo edifício da Dielmar, a arrendar a um fundo do Estado (FIEAE), com o qual já tinha um acordo.

O juiz deu cinco dias aos credores para se pronunciarem sobre a proposta. Entretanto, surgiu a proposta da Outfit 21, de Leiria, oferecendo 295 mil euros, mais 45 mil do que a Valérius, prometendo contratar até 215 dos trabalhadores despedidos após a falência da Dielmar. A validade desta proposta é de 45 dias.

O juiz entende que a entrada de novas propostas “altera os pressupostos da pronúncia dos credores manifestada na reunião da Assembleia de Credores do passado dia 10 (ou na sua sequência), sem que, até à data, haja um qualquer acto de vinculação da Massa Insolvente à proposta que ali foi apreciada”, relata o Público.

A Segurança Social transmitiu ao tribunal do Fundão que “por ora, não estão reunidas condições para que tome posição quanto à proposta apresentada pela empresa Valérius”. No mesmo sentido, a Caixa Geral de Depósitos declarou que "não tem condições para tomar uma decisão quanto à oferta da Valérius”.

As duas instituições consideram que a proposta da Outfit 21 “apresenta, pelo menos, dois pontos desfavoráveis importantes”, nomeadamente a ausência de um protocolo já estabelecido entre o fundo detentor do imóvel da Dielmar, que a Valérius já garantiu, e que lança dúvidas se a Outfit “tem meios para, por si, sustentar e suportar a atividade corrente da empresa e, por conseguinte, dos trabalhadores”.

O pedido de empréstimo bancário de dois milhões de euros da Outfit 21 para avançar com a proposta foi já chumbado, pelo que não há garantias da sua capacidade financeira para avançar com a proposta.

Com a decisão do tribunal, existe o risco de o processo cair por terra, uma vez que a proposta da Valérius tinha o prazo de validade de 30 dias.

O atraso na decisão não terá impacto imediato nos 250 trabalhadores da Dielmar, mas poderá colocar em causa o processo de formação e reorganização da fábrica que estava planeado.

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