Vaga de calor provoca risco máximo de incêndios esta semana

As temperaturas altas dos últimos dias devem agravar-se até ao final da semana em Portugal Continental, com os termómetros a ultrapassarem os 40°C em muitos distritos.

Esta terça-feira, o Instituto Português do Mar e Atmosfera colocou sob aviso vermelho devido ao tempo quente os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Bragança, Guarda, Castelo Branco e Portalegre. Mas a lista deverá aumentar nos próximos dias.

Pedrógão: Governo e celuloses criaram condições para "tragédia ainda pior"

"Esta situação de tempo muito quente resulta da circulação de uma massa de ar muito quente e seca, originária no norte de África, que irá persistir até dia 15, com valores de temperatura acima ou muito acima da média, com exceção do litoral", afirmou o IPMA em comunicado.

Com estas condições meteorológicas, o perigo de incêndio rural aumentou para o nível máximo, que segundo o comandante nacinal da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, deverá abranger 80% do território continental. São "valores que nunca foram registados", afirmou ao Público.

Na segunda-feira, o Governo emitiu um despacho a declarar situação de contingência até sexta-feira, 15 de julho. Entre as medidas adotadas estão a proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, proibição de queimadas, trabalhos com recurso a maquinaria em espaços florestais e pirotecnia. É também decretada a passagem ao Estado de Alerta Especial de nível Vermelho em todos os distritos e o reforço do dispositivo dos corpos de bombeiros, do patrulhamento e fiscalização por parte da GNR e com meios das Forças Armadas, da capacidade de atendimento do serviço 112, a dispensa de serviço dos bombeiros voluntários, entre outras medidas de reforço da coordenação e mobilização de meios de apoio e resposta.

Área ardida aumentou 68% este ano, mais de um terço foi nos últimos dias

Segundo dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) citados pela agência Lusa, em 2022 já ardram 20.379 hectares em Portugal, mais 68% do que em período idêntico do ano passado. No que respeita ao número de fogos, houve um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado, com mais 1.297 fogos.

Mais de um terço da área ardida este ano refere-se aos incêndios deflagrados desde a passada sexta-feira, com 7.906 hectares de área ardida.