O ministro das Finanças foi recebido por um ruidoso coro de protestos à entrada das instalações da SIC, na noite de terça-feira, onde foi entrevistado pelo jornalista José Gomes Ferreira. Um grupo de sindicalistas bateu nas janelas do automóvel, enquanto gritava “Gatuno!, gatuno!”
Cerca de meia centena de sindicalistas da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública esperava Gaspar desde as 19 horas. O carro onde seguia o ministro foi rodeado pelos manifestantes, que depois tentaram transpor a cancela que limita o acesso às instalações. Foram impedidos pela polícia, entretanto reforçada por integrantes do corpo de intervenção rápida (choque).
Os manifestantes gritaram depois "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais". Ana Avoila, dirigente da Frente Comum, disse à Lusa que a intenção do protesto foi "transmitir a indignação das pessoas" para que o governo "se deixe de malfeitorias, porque os trabalhadores não estão disponíveis para mais ilegalidades e medidas que os penalizam".
Seguindo a cartilha do governo, Gaspar disse entender o sentimento "generalizado de preocupação" dos portugueses, mas afirmou que o protesto parecia uma "manifestação orquestrada".
Recorde-se que segunda-feira, à porta da TVI, cerca de 500 professores vaiaram o ministro da Educação, Nuno Crato, que se deslocou àqueles estúdios para ser entrevistado. Quanto ao ministro recordista de manifestações de desagrado, Miguel Relvas, deu na noite de terça-feira declarações a favor das novas medidas de austeridade comodamente instalado no Brasil.