Gaspar mente vagarosamente

05 de abril 2012 - 23:31

No parlamento, o ministro das Finanças afirmou que foi um 'lapso' ter dito que só cortaria os subsídios de 2012 e 2013. Como mostra este vídeo, o 'lapso' foi repetido três vezes na mesma entrevista. Mas Passos Coelho, Miguel Relvas e a secretária do Tesouro disseram o mesmo.

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Em Outubro, mentiu três vezes numa só entrevista à RTP

Passos Coelho, Vítor Gaspar e a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque disseram explicitamente que o corte dos subsídios era em 2012 e 2013.

"Eu já ouvi o primeiro-ministro dizer, infelizmente, que o PSD quer acabar com muitas coisas e também com o 13º mês, mas nós nunca falámos disso, e isso é um disparate. Está bem? Isso é um disparate", disse o candidato a primeiro-ministro Passos Coelho, a 13 de Outubro de 2011.

"Numa situação de grande incerteza e de crise, fazer promessas incondicionais não é adequado, precisamente porque não sabemos com precisão o que nos espera. O que eu posso dizer é que o corte no subsídio de férias e de Natal é temporário e vigorará durante o período de vigência do programa de ajustamento económico e financeiro e o período de vigência desse programa acaba em 2013", disse Vítor Gaspar, a 17 de Outubro de 2011, numa entrevista à RTP. Disse, e repetiu das vezes, vagarosamente.

"A suspensão que está em cima da mesa neste momento é por dois anos", disse Miguel Relvas numa entrevista dada em 27 de outubro de 2011. Dois anos depois de 2011, quer dizer 2012 e 2013. E, para deixar mais explícito, ainda garantiu que o governo estava a “trabalhar para que os dois subsídios fossem pagos em 2014”.

"Peço que não confunda com aquilo que nós propusemos para os próximos dois anos, que significa, quer no caso das pensões, quer no caso dos salários públicos, que, temporariamente, eles não incluíssem o subsídio de férias e o subsídio de Natal, que são o 13º e 14º meses", disse Pedro Passos Coelho, de visita ao Brasil, em 28 de Outubro de 2011

"O corte dos subsídios de Férias e de Natal é uma medida temporária para os próximos dois anos". Maria Luís Albuquerque, secretária de Estado do Tesouro, em 15 de Novembro de 2011. E explicita, para não deixar dúvidas: "As medidas são temporárias para 2012 e 2013. Foi isso que foi dito."