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UE rejeita proposta de Boris Johnson para a fronteira das Irlandas

O The Guardian acedeu a documentos que revelam as contradições e fragilidades que a UE encontrou no plano de Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, para o Brexit. A rejeição do organismo é absoluta, não há uma base sólida de negociação.
Fotografia: commons/wikimedia.org
Fotografia: commons/wikimedia.org

O The Guardian caracteriza a análise da UE em relação aos pontos que David Frost tem discutido a respeito da fronteira entre as Irlandas como “uma rejeição devastadora, ponto por ponto”. Frost é o negociador de Boris Johnson para o Brexit.

Documentos obtidos pelo jornal mostram as várias falhas que a equipa negocial da UE sublinhou, contrariando declarações de Johnson, que, ainda esta segunda-feira, garantiu que ainda não tinha recebido comentários sobre o esboço negocial que já tinha sido entregue à UE e que defendia que as fronteiras aduaneiras na ilha da Irlanda fossem reinstituídas.

O objetivo desse esboço era fazer com que a Irlanda do Norte permanecesse no mercado único europeu para bens e eletricidade, caso o seu parlamento o consentisse. Os unionistas do DUP teriam o direito de veto antes do acordo entrar em vigor e a cada quatro anos daí em diante.

Bruxelas considera este plano inviável, já que, entre outras, a fronteira aduaneira pode criar uma grande disrupção na economia da Irlanda; não há plano b para o caso de a responsabilidade de pensar e definir como evitar controlos adunaeiros nas fronteiras ficar a cargo de um comité conjunto UE-RU; a proposta não aponta como seria possível combater o contrabando; não há qualquer solução sobre como evitar pagamentos e controlos fronteiriços, em termos de IVA; a Irlanda do Norte teria de competir junto do mercado único no que diz respeito ao negócio da eletricidade.

A comunicação social, nomeadamente o já referido The Guardian, afirma que o rebater das propostas de Johnson foi entregue a Frost na sexta-feira da semana passada e na segunda-feira desta semana. Terá ficado claro que as propostas feitas pelo primeiro-ministro britânico não eram sólidas ao ponto de poderem criar uma base sólida de negociação.

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